Zelensky participa amanhã presencialmente do Conselho Europeu em Bruxelas, onde líderes da UE devem decidir medidas de apoio financeiro à Ucrânia, incluindo a possível utilização de ativos russos congelados como fonte de financiamento. A presença do presidente ucraniano marca um momento-chave nas deliberações que visam intensificar a pressão sobre a Rússia e consolidar a resposta europeia ao conflito.
No Bundestag, o chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que é necessário “aumentar a pressão sobre a Rússia“. “Vou empenhar-me pessoalmente também hoje à noite para isso”, declarou, em referência ao tema dos ativos russos que estará em exame no encontro dos líderes europeus.
Do lado russo, o presidente Vladimir Putin adotou tom beligerante ao comparar os europeus a “porquinhos” que, segundo ele, seguiram a política da anterior administração dos EUA acreditando numa queda rápida da Rússia. Em discurso ao Ministério da Defesa, Putin acusou o Ocidente de ter iniciado operações com o objetivo de provocar o colapso russo e advertiu que, caso as negociações não avancem segundo os interesses de Moscou, seus objetivos poderão ser alcançados por meios militares, incluindo a ocupação de territórios.
A posição do Kremlin chega em um momento de mobilização política e militar na Europa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou ao Parlamento em Estrasburgo destacando a necessidade de a Europa assumir a responsabilidade pela sua própria segurança. “Isso não é mais uma opção. É uma obrigação”, enfatizou, e acrescentou que a União está a transformar sua base industrial de defesa para responder à “guerra híbrida moderna”.
Von der Leyen ressaltou progressos e investimentos recentes: nos últimos dez anos, foram investidos 8 bilhões de euros no Fundo de Defesa e, até 2030, a Comissão pretende desbloquear até 800 bilhões de euros em investimentos. Ela também citou o programa SAFE, cujo volume de pedidos de financiamento superou as expectativas — 19 Estados-membros apresentaram pedidos que, juntos, ultrapassaram 150 bilhões de euros —, evidenciando uma procura ampliada por capacidades de defesa e produção em massa de tecnologia avançada.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer anunciou no último Question Time antes da pausa de Natal a decisão de transferir à Ucrânia 2,5 bilhões de libras referentes a juros gerados por fundos congelados do oligarca russo Roman Abramovich, ex-proprietário do Chelsea. Starmer lembrou que o montante provém de medidas adotadas contra ativos de figuras ligadas ao Kremlin e sublinhou o compromisso britânico com o apoio a Kiev.
O encontro de amanhã em Bruxelas será, portanto, um termômetro da unidade europeia frente aos desafios impostos pela agressão russa. A discussão sobre o uso dos ativos russos congelados aparece como uma das opções concretas para financiar a reconstrução e o esforço militar ucraniano, enquanto se debate simultaneamente o reforço da indústria de defesa europeia.
À medida que as declarações de Moscou aumentam a tensão retórica, lideranças europeias reforçam a rota da cooperação estratégica e do investimento em defesa, buscando equilibrar medidas de pressão económica com apoios militares e humanitários a Kiev. O desfecho do Conselho poderá definir novos passos práticos e financeiros no apoio à Ucrânia e na resposta coletiva à postura de Putin.
Fonte: RaiNews — https://www.rainews.it/…
































