Um projeto de lei apresentado pela Lega, partido de Matteo Salvini, prevê que apenas quem comprovar rendimento líquido mínimo de €3.500 por mês poderá solicitar o reagrupamento familiar na Itália. O valor corresponde a um rendimento anual de €42.000 (aproximadamente R$ 264.000) e integra o chamado “pacote segurança 2” apresentado pelo deputado Jacopo Morrone.
Segundo Morrone, a medida busca evitar que familiares vindos do exterior se tornem «um peso para os cofres do Estado». Em entrevista ao jornal Il Sole 24 Ore, ele afirmou que “com €17.500 era possível pedir o reagrupamento familiar para uma esposa e dois filhos. É uma quantia muito pequena. Hoje pedimos que seja triplicada”.
Na prática, a proposta eleva para o triplo o requisito atualmente exigido, que gira em torno de €17.500 anuais. Para além das implicações jurídicas e políticas, a exigência destaca o descompasso entre a teoria legislativa e a realidade econômica do país: o salário médio na Itália é de cerca de €1.700 por mês — menos da metade do patamar agora proposto pela Lega como critério para permitir que imigrantes tragam suas famílias.
Além do rendimento mínimo de €42.000 por ano, o texto do projeto inclui outras exigências para o pedido de reagrupamento:
- Seguro de saúde individual para cada membro da família (seguro de saúde).
- Comprovação de ausência de antecedentes criminais.
- Exclusão automática de qualquer parente que seja considerado um “peso para a comunidade”.
O mesmo projeto ainda aperta as regras para acesso à cidadania por naturalização: propõe novos prazos de residência, testes de integração (conhecimento da língua, história e regras do país) e possibilidade de revogação da cidadania em casos de antecedentes penais.
Sobre o teste de integração, o parlamentar defendeu que não se trata de um exame complexo: “Não pedimos um exame de astrofísica. Basta saber quantas regiões existem, conhecer a língua, as regras e a história do país que os acolhe”, disse Morrone.
O anúncio causou repercussão por estabelecer critérios que, se aprovados, afetariam diretamente milhares de residentes estrangeiros legalmente estabelecidos na Itália que planejam reunir-se com familiares. Críticos do texto apontam que a medida pode tornar quase impossível o reagrupamento para grande parcela da população imigrante, dado o nível salarial predominante no país.
No Senado, tramita ainda proposta que prevê a eliminação do contributo de cidadania para filhos de italianos residentes no exterior a partir de 2026, refletindo um endurecimento mais amplo na política migratória e de benefícios sociais em debate.
O projeto da Lega altera substancialmente as condições para o reagrupamento familiar e a naturalização, impondo exigências financeiras e burocráticas que veteranamente dividem opiniões entre defensores da rigidez migratória e grupos que advogam por políticas mais inclusivas.































Tá confirmado: Itália nunca mais! Só para turismo mesmo. Viver aqui está praticamente impossível, é surreal lidar com tanta burocracia e regras absurdas