Roma pode manter as portas abertas à sua população, mas a entrada para turistas na Fontana di Trevi pode deixar de ser totalmente gratuita a partir de janeiro. A proposta em análise no Campidoglio prevê a cobrança de um ticket de 2 euro para visitantes, medida que, segundo estimativas citadas pela imprensa, poderia gerar cerca de 20 milhões de euros em receitas para o município.
O texto em análise por membros da administração — incluindo o assessor de Turismo e Grandi Eventi, Alessandro Onorato — ainda não deu origem a decisões formais. Em nota, fontes do Campidoglio ressaltam que se trata apenas de uma hipótese de trabalho: não há datas definidas nem deliberações aprovadas até o momento.
Segundo a proposta divulgada, o acesso continuaria gratuito para os romanos residentes, enquanto os visitantes estrangeiros e não residentes seriam orientados a pagar o bilhete. Para organizar o fluxo e manter a fruição do monumento, a intenção é criar duas corsie distintas: uma exclusiva para moradores e outra destinada aos turistas, com possibilidade de pagamento por cartão de crédito.
Atualmente, o controle de afluência já acontece: existe um teto máximo de 400 pessoas autorizadas a permanecer simultaneamente na área da fonte. Com a introdução do bilhete, a expectativa é conciliar a gestão de fluxos com a captação de recursos para a conservação do conjunto escultórico, obra tardobarroca de Nicola Salvi.
Os números de visitação reforçam o debate. Só nos primeiros seis meses de 2025, a Fontana di Trevi recebeu mais de 5,300,000 visitantes, um contingente superior ao total registrado pelo Pantheon em 2024 (4.086.947 ingressos, segundo dados citados pela imprensa). Diante desse volume, a administração entende que medidas para proteção do patrimônio e melhoria dos serviços turísticos merecem estudo e possíveis intervenções.
As receitas geradas pelo eventual ticket seriam destinadas à melhoria da oferta turística, à manutenção do monumento e à implementação de serviços de apoio aos visitantes. A estimativa de arrecadação de 20 milhões foi apresentada como um cálculo preliminar, sujeito a variações conforme critérios de aplicação e eventuais isenções.
Críticos da medida apontam para o risco de restringir o acesso a um dos símbolos mais representativos de Roma, enquanto defensores destacam a necessidade de fontes de financiamento para a preservação e para evitar a degradação causada por fluxos massivos de turistas.
Reforçando a cautela, o Campidoglio insistiu que a cobrança é, por enquanto, apenas uma hipótese de trabalho: “não foram decididas datas, nem prese tomadas decisões em merito”, dizem as fontes oficiais. O tema deve permanecer em debate nos próximos meses, com avaliações técnicas e jurídicas antes de qualquer encaminhamento definitivo.
O que se sabe até agora:
- Proposta: cobrança de ticket de 2 euro para turistas (hipótese).
- Isenção: entrada gratuita para romanos residentes.
- Fluxo: manutenção de limite de 400 pessoas e implementação de duas filas distintas.
- Arrecadação estimada: cerca de 20 milhões de euros.
- Objetivo: financiamento da manutenção, serviços turísticos e proteção do monumento.
- Situação: proposta em estudo; nenhuma decisão tomada pelo Campidoglio.
Fonte: RaiNews — matéria original.






























