Com o falecimento do Papa Francisco, muitos olhos se voltam para possíveis sucessores no trono de Pedro. Entre os nomes mencionados, surge o de Guido Marini — uma figura conhecida nos bastidores do Vaticano e respeitada por sua formação litúrgica e trajetória eclesial. Mas será que ele pode realmente ser o próximo Papa?
Quem é Guido Marini?
Guido Marini nasceu em Gênova, na Itália, em 31 de janeiro de 1965. Ele foi ordenado sacerdote em 1989 e tem uma sólida formação acadêmica: doutor em Direito Canônico e Direito Civil pela Pontifícia Universidade Lateranense e formado em Psicologia pela Universidade Pontifícia Salesiana.
Marini se destacou ao servir como secretário pessoal de três arcebispos de Gênova e também como chanceler da arquidiocese. Seu reconhecimento mundial, no entanto, veio em 2007, quando foi nomeado Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, função que desempenhou até 2021, organizando missas e eventos oficiais tanto para o Papa Bento XVI quanto para o Papa Francisco.
Em 29 de agosto de 2021, ele foi nomeado bispo da Diocese de Tortona, no norte da Itália, por indicação do Papa Francisco, sendo consagrado em outubro do mesmo ano.
Um perfil litúrgico e doutrinal firme
Guido Marini é visto como um defensor da tradição litúrgica, embora com equilíbrio e sensibilidade pastoral. Durante seu tempo como mestre de cerimônias, ficou conhecido por preservar a solenidade das celebrações, o que o fez ganhar respeito entre setores mais conservadores da Igreja. Ao mesmo tempo, manteve um estilo discreto e fiel às orientações dos pontífices.
Pode Guido Marini ser eleito Papa?
Tecnicamente, sim. Qualquer homem batizado e católico pode ser eleito Papa, embora, na prática, os eleitos sejam quase sempre cardeais. Guido Marini ainda não faz parte do Colégio Cardinalício — grupo responsável por votar no conclave — o que torna sua eleição pouco provável no momento.
Para que um bispo como Marini seja eleito Papa, ele precisaria não apenas receber os votos necessários durante o conclave, mas também ser imediatamente nomeado cardeal e, se necessário, ordenado bispo (embora já o seja). Embora possível, essa situação é extremamente rara.
Guido Marini é, sem dúvida, uma figura respeitada e com uma trajetória sólida dentro da Igreja Católica. Sua experiência no Vaticano, seu domínio da liturgia e sua postura discreta o tornam um nome de peso entre os bispos italianos. No entanto, por não fazer parte do Colégio Cardinalício, suas chances de ser eleito Papa em um futuro conclave são bastante reduzidas.
Caso o futuro Papa deseje uma linha mais tradicional e liturgicamente rica, não seria surpresa ver Guido Marini entre os nomes nomeados cardeais — o que poderia, em algum momento, abrir caminho para uma candidatura mais concreta. Leia mais sobre: Como Funciona o Conclave? Entenda a Escolha do Novo Papa.