Um levantamento publicado pelo Istat na terça-feira, 28 de outubro, revelou dados detalhados sobre a aquisição de cidadania italiana em 2024. Segundo o relatório, 27% dos cidadãos não pertencentes à União Europeia (UE) que se tornaram italianos em 2024 residem na Lombardia, consolidando a região como líder nacional nesse processo.
Aumento nas aquisições de cidadania, mas casamento em queda
Em 2024, mais de 217.000 pessoas adquiriram a cidadania italiana, um aumento de 1,8% em relação ao ano anterior. Dentre essas, quase 200.000 eram cidadãos de origem não pertencente à UE (91,9%), com ligeira predominância masculina (51,3%).
Quanto às modalidades de aquisição:
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Por residência: cerca de 85.000 cidadãos recém-nascidos na Itália, representando 42% do total.
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Por filiação (menores que herdam a cidadania dos pais): 31,7%.
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Por jure sanguinis: aproximadamente 22.000 pessoas (11%).
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Por casamento: cerca de 19.000 casos, número em queda, sendo quase 80% mulheres.
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Ao completar 18 anos: quase 11.000 cidadãos nascidos e residentes na Itália solicitaram a cidadania.
Lombardia e Milão no topo
O relatório mostra que a Lombardia concentra a maior parte das novas cidadanias, com 27% do total. Em seguida aparecem Emília-Romanha (13,7%) e Vêneto (11,6%), juntas representando mais da metade das aquisições.
No ranking por província, a liderança é de Milão (8,7%), seguida por Roma (5,4%), e mais duas províncias lombardas: Brescia (4,6%) e Bergamo (3,2%).
Origem dos novos cidadãos e modalidades predominantes
Entre os quase 200.000 novos italianos não pertencentes à UE:
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Albaneses: 32.000
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Marroquinos: 28.000
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Argentina, Índia e Brasil: os dois países sul-americanos se destacam por adquirir a cidadania principalmente por jure sanguinis.
As aquisições por casamento concentram-se principalmente em mulheres albanesas, marroquinas e ucranianas, com destaque para estas últimas, que se tornam italianas por casamento em mais de 28% dos casos.
Os chineses e a cidadania italiana
Embora representem a terceira maior comunidade estrangeira na Itália em termos de autorizações de residência, os chineses mostram baixa adesão à cidadania italiana: apenas 6 novos italianos para cada 100 residentes chineses. Essa tendência reflete a preferência em manter a cidadania original, considerando que a aquisição de uma nova cidadania implica a perda da anterior.
Perfil etário e distribuição
A idade média dos novos italianos não pertencentes à UE é de 39 anos, significativamente menor que os 48 anos da população italiana nativa. A distribuição geográfica reforça a liderança da Lombardia, seguida de Emília-Romanha e Vêneto, enquanto a Campânia registra a menor participação (2,3%). Entre as cidades, Milão, Roma e Turim lideram, com Brescia se destacando com mais de 81.000 italianos de origem não pertencente à UE.































