RESUMO
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A discussão sobre a cidadania na Itália voltou a ganhar destaque no cenário político, especialmente em relação à proposta de implementação do “Ius Scholae”, um conceito que permite a concessão da cidadania italiana a crianças estrangeiras que tenham completado um ciclo de estudos no país. O tema, no entanto, tem gerado divergências dentro do governo e do parlamento italiano, com figuras de destaque expressando diferentes opiniões sobre o assunto.
A Posição do Ministro do Interior: Matteo Piantedosi
O Ministro do Interior, Matteo Piantedosi, recentemente destacou que a Itália já é o país europeu que mais concede cidadania em termos absolutos. Segundo ele, os dados do Eurostat indicam que, em 2022, a Itália concedeu 213.700 novas cidadanias, superando países como Espanha, Alemanha e França. Piantedosi também ressaltou que uma grande parte dessas cidadanias foi concedida a menores de idade, sendo 26% a crianças entre 0 e 14 anos e 37% a jovens entre 15 e 19 anos.
Em um evento em Rimini, Piantedosi sublinhou a importância de um debate equilibrado e baseado em dados concretos sobre os processos de integração e cidadania, evitando condicionamentos ideológicos. Ele reforçou que a legislação italiana já contempla um princípio de “jus soli”, permitindo que qualquer pessoa nascida na Itália possa solicitar a cidadania aos 18 anos, caso atenda a certos requisitos.
O Debate sobre Ius Scholae
O conceito de Ius Scholae, que propõe conceder cidadania a estudantes estrangeiros que completarem um ciclo de estudos na Itália, tem dividido opiniões dentro do governo. Enquanto figuras como Piantedosi e Antonio Tajani, Ministro das Relações Exteriores, têm mostrado abertura para o debate, outros, como Matteo Salvini, líder da Liga, se opõem veementemente à proposta.
Tommaso Foti, líder do grupo Irmãos da Itália (FdI) na Câmara dos Deputados, declarou que a questão do Ius Scholae não faz parte do programa do governo. Foti argumenta que, embora seja legítimo discutir temas fora do programa governamental, a proposta pode estar sendo utilizada pela oposição como uma estratégia para causar divisões na coalizão majoritária. Ele lembrou que propostas semelhantes, como o “ius culturae”, já foram debatidas no passado, mas não conseguiram avançar no parlamento.
A Itália se encontra em um ponto crucial de debate sobre sua legislação de cidadania, onde a questão da integração dos estrangeiros se torna cada vez mais relevante. A discussão sobre o Ius Scholae reflete a complexidade de encontrar um equilíbrio entre manter as tradições legais do país e responder às novas realidades demográficas e sociais. Enquanto o parlamento italiano se prepara para discutir o tema, o governo continua a enfrentar o desafio de unificar sua posição em um assunto tão sensível e polarizador.