A Câmara dos Deputados aprovou o Decreto de Maturidade, marcando o fim oficial do “Exame Estadual” e o retorno do tradicional “Esame di Maturità”, que volta reformulado. O novo formato entra em vigor já no próximo ano letivo e traz ajustes importantes na forma de avaliação, na exigência do exame oral e na introdução de um Currículo Estudantil anexo ao diploma.
Fim do “Exame Estadual” e retorno do “Maturità”
A mudança, aprovada com 138 votos a favor, 91 contra e 9 abstenções, visa restaurar o valor simbólico e formativo do exame final do ensino médio. Segundo o Ministro da Educação e do Mérito, Giuseppe Valditara, trata-se de “um ponto de virada importante” que devolve ao exame “o significado de uma etapa crucial na trajetória educacional dos alunos, baseada no mérito, no comprometimento e na responsabilidade individual”.
A principal alteração é o retorno do nome histórico “Esame di Maturità” e a obrigatoriedade de todas as provas, incluindo o exame oral. Essa etapa final foi reforçada para avaliar não apenas o conhecimento técnico dos estudantes, mas também suas capacidades argumentativas, pensamento crítico e maturidade pessoal.
O exame oral volta a ser obrigatório
O decreto elimina a possibilidade de alunos permanecerem em silêncio durante o exame oral protesto que se tornou comum em 2024. A partir de agora, quem se recusar a responder será automaticamente reprovado.
O exame oral será composto por quatro disciplinas principais do percurso de estudo, determinadas por decreto ministerial, além de uma avaliação global que incluirá temas como educação cívica, competências digitais e experiências profissionais.
Como vai funcionar o novo exame de Maturità na Itália
Com a aprovação definitiva do Decreto de Maturidade, a Itália encerra oficialmente a era do “Exame Estadual” e retoma o tradicional Exame de Maturidade (Maturità).
A mudança traz novas regras que reforçam o mérito, o compromisso e a preparação integral dos estudantes do ensino médio.
1. Estrutura do exame
O Maturità será composto por:
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Duas provas escritas obrigatórias, definidas pelo Ministério da Educação;
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Uma prova oral obrigatória, centrada em quatro disciplinas principais do curso, além de temas de cidadania, cultura e percurso pessoal do aluno.
A grande novidade é que o exame oral não poderá mais ser boicotado o aluno que optar por permanecer em silêncio será automaticamente reprovado.
2. Avaliação mais ampla e personalizada
A avaliação final não se limitará ao desempenho acadêmico.
Também serão considerados:
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Experiências profissionais e de estágio,
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Competências digitais,
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Participação em disciplinas optativas,
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Projetos de educação cívica.
Esses elementos ajudarão a compor uma visão mais completa do percurso de cada aluno.
3. Introdução do Currículo Estudantil
Um novo documento o Currículo Estudantil será anexado ao diploma final.
Ele trará um resumo detalhado das experiências acadêmicas e extracurriculares, incluindo atividades sociais, artísticas e de cidadania.
Além disso, os alunos com nota mínima de 6 em conduta deverão apresentar uma redação crítica sobre cidadania ativa, que será avaliada como parte do exame.
4. Mudança de área de estudo
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Nos dois primeiros anos, os alunos poderão mudar de área até 31 de janeiro sem fazer exame suplementar, apenas com apoio pedagógico.
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A partir do terceiro ano, a mudança exigirá um exame adicional.
5. Comunicação dos resultados e inclusão de percursos técnicos
Os resultados dos testes nacionais INVALSI agora deverão ser comunicados diretamente aos alunos.
Além disso, os percursos técnico-profissionais passam a fazer parte oficialmente do currículo do segundo ciclo de ensino, fortalecendo a integração entre formação técnica e acadêmica.
Um novo ciclo para a educação italiana
Para o ministro Valditara, o novo “Maturità” representa uma reforma de mérito e de responsabilidade, destinada a fortalecer a cultura do esforço e da competência entre os jovens. “A partir do ano que vem, não será mais possível boicotar o exame oral: quem se calar deliberadamente será reprovado”, afirmou.
A Itália, assim, se prepara para reconectar tradição e modernidade, devolvendo ao “Maturità” seu papel histórico como rito de passagem agora com um olhar voltado para as competências do século XXI.

























