RESUMO
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A economia italiana está superando as expectativas. No último trimestre, cresceu 0,6%, enquanto a economia alemã encolheu 0,3%. Desde 2019, a economia italiana cresceu 3,8%, um desempenho muito superior ao da França e cinco vezes maior que o da Alemanha. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê um crescimento de 0,7% para a Itália este ano, comparado a apenas 0,3% para a Alemanha.
O mercado de ações italiano reflete este otimismo. O índice FTSE MIB subiu cerca de 28% no último ano, mais do que qualquer outro índice de ações europeu.
Políticas Econômicas e Dívidas
Apesar do crescimento impressionante, o ressurgimento econômico da Itália não é inteiramente resultado das políticas de Meloni. Jörg Krämer, economista-chefe do Commerzbank, acredita que o forte crescimento se deve à política fiscal frouxa, resultando em novas dívidas. Antes da COVID-19, a nova dívida do estado italiano era de 1,5% do PIB. Nos últimos anos, essa dívida disparou, atingindo 8,3% do PIB no primeiro semestre de 2023.
Além disso, a dívida total da Itália continua a crescer. Em janeiro, a Comissão Europeia estimou que a dívida ultrapassaria 140% do PIB este ano. Para comparação, a taxa de dívida da Alemanha é de 66%, e a da França, quase 100%.
Subsídios Estatais e o Superbonus 110
Desde o final de 2020, o governo italiano tem financiado várias medidas de renovação de casas, cobrindo até 110% dos custos de reformas de eficiência energética através do programa “Superbonus 110”. Este incentivo levou a um boom na indústria da construção.
Congedo, no entanto, não está totalmente entusiasmado com o Superbonus 110. Ele observa que o programa aumentou os custos de materiais e mão de obra. “Se o estado paga por tudo, então as pessoas não se importam com quanto custa”, diz ele. Congedo acredita que os proprietários deveriam contribuir com os custos, em vez de receber tudo do governo.
Meloni reduziu gradualmente o Superbonus, limitando os reembolsos a 70% em 2023 e 65% em 2024. No entanto, os créditos fiscais resultantes do programa reduzirão a receita do governo nos próximos anos.
Apoio da União Europeia
A Itália continua a receber apoio significativo da União Europeia. Até 2026, quase € 200 bilhões serão pagos à Itália através do fundo de recuperação da COVID-19 da UE. Este apoio é crucial, pois o estado italiano deve reduzir seu déficit orçamentário elevado até essa época. Krämer adverte que, sem reformas estruturais, o crescimento italiano pode não ser sustentável a longo prazo.
Congedo está preocupado com os efeitos duradouros do Superbonus 110: “Os preços estão muito altos e contraímos muitas dívidas”. No entanto, ele permanece otimista, com vários projetos em andamento.
Perspectivas Futuras
A recuperação econômica da Itália, impulsionada por subsídios estatais e novas dívidas, contrasta fortemente com a estagnação da Alemanha. Embora as políticas de Meloni tenham contribuído para a estabilidade, o verdadeiro motor do crescimento tem sido o apoio financeiro massivo, tanto interno quanto da União Europeia. O desafio agora é garantir que este crescimento seja sustentável a longo prazo, sem depender excessivamente de dívidas e subsídios.
A Itália precisa aproveitar este período de crescimento para implementar reformas estruturais que possam sustentar a economia no futuro. O sucesso a longo prazo dependerá de sua capacidade de equilibrar o crescimento econômico com uma gestão prudente da dívida e a criação de uma base econômica mais sólida e resiliente.