O presidente da Itália, Sergio Mattarella, recebeu hoje no Palácio do Quirinale uma delegação da FAI (Fondo per l’Ambiente Italiano), uma organização dedicada à proteção do meio ambiente e do patrimônio cultural do país. O encontro celebrou os 50 anos de atividades da FAI.
Durante a cerimônia, Mattarella falou sobre o que significa ser italiano hoje. Segundo ele, a identidade italiana não é algo único ou fechado, mas sim um “mosaico” — ou seja, uma combinação de diferentes histórias, culturas e tradições que, juntas, formaram o que é a Itália atual. Ele explicou que o diálogo entre essas diferentes origens foi fundamental para o progresso e para a civilização do país.
Mattarella também aproveitou para destacar a importância da cultura. Para ele, a cultura tem uma “imensa força” porque ajuda as pessoas a conhecerem o mundo, se compararem com outros povos e crescerem como sociedade. Além disso, respeitar a identidade dos outros e construir identidades compartilhadas é essencial para manter a união do país.
Em seu discurso, o presidente criticou, de maneira indireta, grupos nacionalistas ou soberanistas, que tentam apagar a história ou fingem que ela começa apenas com eles. Ele lembrou que a verdadeira força da Itália está em reconhecer suas origens diversas e em usá-las para olhar para o futuro com mais sabedoria.
Mattarella também ressaltou o trabalho da FAI, chamando a organização de um “grande empreendimento cultural”. Ele citou o filósofo Benedetto Croce, responsável pela primeira lei italiana de proteção da paisagem, em 1922. Croce acreditava que o espírito de um povo está ligado ao seu território e às suas paisagens. Por isso, cuidar do meio ambiente é também cuidar das raízes culturais e históricas da nação.
O presidente concluiu pedindo que todos, especialmente as novas gerações, se comprometam em preservar os territórios e o meio ambiente. Segundo ele, a proteção do patrimônio natural e cultural é uma forma de construir uma comunidade mais forte, unida e respeitosa com seu passado e com seu futuro.