Criar um filho na Itália até os 18 anos custa, em média, cerca de 156 mil euros, um valor próximo ao preço de um estúdio de 28 metros quadrados em Milão. Considerando o preço médio por metro quadrado na cidade, de 5.543 euros (dados do Immobiliare.it), o total chega a aproximadamente 155.204 euros, comparando o esforço financeiro das famílias ao custo de um imóvel urbano.
O aumento em relação a 2022 foi de cerca de 12%, superando a inflação, um indicativo de que os custos crescentes estão impactando cada vez mais as decisões sobre formar ou ampliar famílias.
Gastos Distribuídos ao Longo dos Anos
Os gastos com um filho não são uniformes. Antes do nascimento, estima-se um desembolso de 5 mil euros com consultas e exames pré-natais. Entre 0 e 3 anos, os custos podem variar de 11.700 a 27 mil euros, considerando creche, fraldas e consultas pediátricas. Dos 4 aos 14 anos, predominam despesas recorrentes com merenda escolar, atividades esportivas, livros e transporte, enquanto entre 15 e 18 anos, famílias gastam em média 11.450 euros por ano com escola, tecnologia, lazer e viagens de estudo.
A alimentação é a despesa mais significativa ao longo de toda a infância e adolescência, somando mais de 40 mil euros quase 6 mil euros a mais que há três anos.
Custos por Filho e Grandes Cidades
Quando há mais de um filho, os gastos por cada criança adicional representam cerca de 70 a 80% do custo do primogênito, já que muitos custos permanecem individuais após os primeiros anos. Em cidades como Roma e Milão, o total pode ultrapassar 200 mil euros por filho, chegando a quase um terço da renda familiar.
Consequências Demográficas
O impacto econômico reflete-se nas projeções populacionais: o número de casais com filhos deve cair de 7,6 milhões para 5,7 milhões até 2050, segundo especialistas.
A questão que se impõe é: a queda na natalidade é motivada apenas pelos custos elevados ou também por mudanças culturais nas escolhas familiares?