RESUMO
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No dia 11 de outubro de 2024, o Tribunal Ordinário de Veneza sediou um importante congresso, organizado por Salvatore Laganà, Giovanni Calasso e Giovanni Bonato, que se concentrou no novo Protocolo de Intesa entre juízes e advogados nos processos de cidadania por descendência. Este evento, que ocorreu na Aula Polifuncional do Edifício 15, foi marcado por uma série de palestras e debates sobre as práticas e desafios no reconhecimento da cidadania italiana.
Objetivos do Congresso
O congresso teve como objetivo principal apresentar o novo Protocolo d’Intesa, que visa melhorar a colaboração entre as diferentes partes envolvidas nos processos de cidadania. O Dr. Salvatore Laganà, presidente do Tribunal de Veneza, deu início ao evento com uma apresentação geral do protocolo, destacando a importância de um trabalho coordenado entre juízes e advogados para agilizar os processos de cidadania.
Temas Abordados
A programação do congresso contou com várias palestras proferidas por especialistas no assunto:
- Dottoressa Luciana Sangiovanni, presidente da Seção 18 de Imigração e Cidadania do Tribunal de Roma, discutiu a prática do reconhecimento da cidadania italiana, destacando a diferença entre teoria e prática.
- Avv. Prof. Paola Licci, da Universidade de Tor Vergata, abordou o princípio da cooperação processual e a importância dos protocolos de entendimento.
- Dottoressa Gabriella Favero, juíza do Tribunal de Veneza, apresentou o tema do ônus da prova nos processos de reconhecimento de cidadania, enfatizando a responsabilidade das partes envolvidas.
- Avv. Prof. Giovanni Bonato, da Universidade de Paris Nanterre, discutiu a pluralidade de partes nos processos de reconhecimento da cidadania.
- Dott. Tommaso Biasi, oficial de estado civil do município de Adria, tratou da transcrição dos atos de estado civil no contexto da cidadania por descendência.
- Dott. Giovanni Calasso, também juíza do Tribunal de Veneza, questionou a necessidade de uma solicitação formal ao consulado nos casos de reconhecimento de cidadania.
- Avv. Prof. Bruno Sassani, da Universidade de Tor Vergata, falou sobre as obrigações fiscais e a importância da registrabilidade das sentenças.
Debate e Análise
Um dos assuntos que gerou maior debate durante o congresso foi a proposta de limitar o número de dependentes nos processos de cidadania italiana. Essa medida é considerada uma possível violação do princípio da economia processual, que busca garantir que os processos judiciais sejam realizados de forma eficiente, evitando a burocracia excessiva e a demora nos trâmites. Ao impor restrições ao número de dependentes, essa proposta pode criar obstáculos adicionais e prolongar ainda mais os procedimentos, indo na contramão do objetivo de tornar a justiça mais rápida e acessível a todos os cidadãos.
Críticas ao Protocolo
A imposição de limites ao número de dependentes pode, na visão de muitos, complicar ainda mais o já moroso processo de obtenção de cidadania. Os críticos argumentam que tal medida não só cria barreiras desnecessárias para famílias que buscam regularizar sua situação, mas também pode resultar em um aumento do número de processos, uma vez que as famílias poderão ser forçadas a realizar múltiplas solicitações.
A Questão dos Juízes
Diante da crescente demanda por cidadania, surge uma questão crucial: por que não aumentar o número de juízes em vez de criar impedimentos aos cidadãos que desejam reconhecer sua cidadania por direito? Atualmente, o sistema judiciário já enfrenta um grande volume de processos, e a limitação do número de dependentes pode resultar em uma carga ainda maior sobre os juízes que já são poucos em comparação com a demanda.
Esse cenário levanta um questionamento pertinente sobre a atuação das associações envolvidas: por que não propor e cobrar a adição de novos juízes em Veneza, em vez de criar restrições que apenas dificultam o acesso à justiça para aqueles que buscam seus direitos? A falta de propostas concretas para a expansão do número de juízes pode ser vista como uma omissão em um momento em que a necessidade de uma resposta judicial ágil e eficiente se torna cada vez mais urgente.
O congresso de Veneza foi um marco importante para a discussão sobre cidadania por descendência na Itália. Embora tenha havido críticas em relação a certas restrições propostas, o evento também destacou a necessidade de uma maior cooperação e entendimento entre as partes envolvidas nos processos. O futuro da cidadania italiana por descendência continua sendo um tema relevante e em constante evolução, refletindo as complexidades das migrações e das identidades familiares na sociedade contemporânea.
A discussão sobre a necessidade de mais juízes e a promoção de uma justiça acessível e eficiente deve continuar, pois é fundamental garantir que todos os cidadãos possam exercer seus direitos de forma justa e equitativa.