A Comune de Prato, conhecida como a mais multietnica da Itália, apresenta números reveladores sobre a aquisição da cidadania italiana. Entre 2004 e 2023, foram 10.640 cidadanias concedidas, mas a distribuição entre os diferentes grupos de imigrantes mostra diferenças significativas em termos de interesse e adesão.
O destaque vai para os albaneses, que ao longo desses 20 anos adquiriram 3.572 cidadanias italianas, representando 35,3% do total. Em 2023, os albaneses foram responsáveis por 366 das 902 cidadanias concedidas, ou 40,6% do total naquele ano, apesar de representarem apenas 7,3% da população estrangeira residente na cidade.
Em contraste, os cidadãos chineses, que constituem a maior parte da população estrangeira de Prato (64,9%), apresentam uma adesão muito baixa. Entre 2004 e 2023, apenas 601 chineses adquiriram a cidadania italiana, correspondendo a 5,6% do total. Em 2023, dos 902 novos cidadãos, apenas 30 eram chineses, ou 3,3% do total. Esse padrão se mantém há mais de duas décadas, indicando uma preferência por manter a cidadania de origem, já que a lei italiana não permite a dupla cidadania para esse grupo específico.
Outros grupos com presença expressiva também aparecem nas estatísticas. Os marroquinos adquiriram 1.105 cidadanias (10,4% do total), os paquistaneses 1.374 (12,9%), os nigerianos 387 e os bengaleses 450. Entre os romenos, houve 553 aquisições de cidadania, enquanto cubanos, iranianos, indianos, tailandeses e ucranianos completam a lista de nacionalidades com menores números, incluindo cidadãos originários de Togo, Capo Verde, Burundi e Israel.
O caso de Prato evidencia uma diferença clara entre presença demográfica e adesão à cidadania italiana, mostrando que nem sempre o maior grupo de imigrantes se converte automaticamente em novos cidadãos. Enquanto os albaneses buscam ativamente a cidadania, os chineses preferem manter a nacionalidade de origem, refletindo estratégias culturais, legais e sociais específicas.
Segundo especialistas, esses dados também revelam uma relação entre integração, mobilidade e escolha individual, demonstrando que a cidadania não é apenas um registro formal, mas uma decisão estratégica que envolve fatores econômicos, familiares e culturais. Os números de Prato mostram que a cidadania italiana não segue apenas critérios populacionais, mas está fortemente ligada a decisões pessoais e contextos nacionais de cada comunidade.






























