RESUMO
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A Itália é atualmente reconhecida como um dos países mais seguros da Europa, com uma taxa de homicídios intencionalmente baixa, especialmente quando comparada a seus vizinhos maiores, como a França. Esta transformação notável é atribuída ao declínio do terrorismo político e à mudança das máfias para crimes de “colarinho branco”. Hoje, apenas 10% dos assassinatos anuais no país são atribuídos às máfias, uma queda dramática em relação ao passado violento da Itália.
Os Italianos se sentem Seguros na Itália?
A segurança pública é uma preocupação central para qualquer sociedade. Na Itália, a percepção de segurança entre os cidadãos tem mudado ao longo dos anos, acompanhando a queda nas taxas de homicídios e o declínio da atividade das máfias e do terrorismo político. Mas será que os italianos realmente se sentem seguros em seu próprio país?
A Queda das Taxas de Criminalidade
Nos últimos anos, a Itália tem registrado uma das menores taxas de homicídios da Europa. Dados oficiais mostram que, em 2023, o país registrou 330 homicídios, uma cifra significativamente menor do que a da França, que contabilizou 1.010 no mesmo período. Este declínio é um reflexo da mudança nas operações das máfias, que passaram a focar em crimes de “colarinho branco” e a investir em atividades econômicas e imobiliárias para lavar dinheiro sujo, em vez de recorrer à violência.
Uma Transformação Profunda
A Itália, historicamente conhecida pela violência associada à máfia e ao terrorismo político, apresenta hoje uma realidade bem diferente. Desde meados do século XIX até a década de 1990, o crime organizado foi responsável pela morte de milhares de pessoas, incluindo polícias, juízes, padres, testemunhas e comerciantes que se recusavam a pagar extorsões. Paralelamente, os “anos de chumbo” (final dos anos 1960 até o início dos anos 1980) foram marcados por atos de terrorismo perpetrados por grupos extremistas de esquerda e direita, que buscavam desestabilizar o estado.
Com o término do terrorismo político e a transformação das atividades das máfias, focando-se mais em crimes econômicos e menos em violência direta, a Itália viu uma queda significativa nos homicídios intencionais. Gianluca Arrighi, advogado criminal e autor de romances policiais, explica que “os grupos mafiosos mudaram radicalmente a forma como operam (…). Hoje, eles investem em atividades imobiliárias e comerciais para lavar o dinheiro sujo das drogas sem derramar sangue que poderia prejudicar seus negócios.”
Comparação com Outros Países Europeus
De acordo com dados oficiais de 2023, a Itália registrou 330 homicídios, um terço dos 1.010 homicídios na França. Este declínio acentuado é notável, especialmente considerando que, em 1990, a Itália tinha uma taxa de 34 assassinatos por milhão de habitantes, comparado a 24 na França. Em 2023, a Itália reduziu esse número em seis vezes, enquanto a França viu uma redução de apenas 1,6 vezes no mesmo período.
As estatísticas médias do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) para 2021/2022 destacam que a Itália está entre os países europeus com o menor número de assassinatos per capita: 5,5 por milhão, comparado com sete na Espanha, oito na Alemanha, dez no Reino Unido e onze na França. Além disso, a Itália apresenta números significativamente menores em termos de ataques intencionais (65.000 contra 384.000 na França) e tentativas de homicídio (1.018 contra 4.055 na França).
O Flagelo do Feminicídio
Embora a segurança geral tenha melhorado significativamente, o feminicídio permanece um problema grave na Itália. Em 2023, a Itália registrou 97 feminicídios, representando um terço de todos os homicídios no país. Este número é estruturalmente significativo quando comparado com a França, onde feminicídios representam cerca de um em cada dez homicídios. A socióloga Raffaella Sette, da Universidade de Bolonha, observa que, embora os homicídios envolvendo homens (principais vítimas das máfias) tenham diminuído drasticamente nos últimos 25 anos, o feminicídio continua a ser um desafio persistente.
Conclusão
A Itália fez progressos notáveis na redução da violência e no aumento da segurança pública, posicionando-se como um dos países mais seguros da Europa. Este sucesso é resultado de uma mudança significativa nas operações das máfias e do fim do terrorismo político. No entanto, o desafio do feminicídio permanece, destacando a necessidade contínua de esforços direcionados para proteger todas as partes da sociedade. Com uma taxa de homicídios comparável a países como Noruega e Suíça, a Itália serve como um exemplo de como políticas eficazes e mudanças estruturais podem transformar um país historicamente violento em uma nação segura e estável.