Você já parou pra pensar por que o pagamento que recebemos pelo trabalho se chama salário? A resposta está em um dos produtos mais valiosos da Antiguidade: o sal.
Hoje ele parece algo comum, mas na época do Império Romano, o sal era tão importante que chegou a mover exércitos e rotas comerciais inteiras. Era usado não apenas para dar sabor, mas principalmente para conservar alimentos, algo essencial antes da invenção da refrigeração. E é daí que nasce uma das histórias mais curiosas da língua.
O sal como moeda e símbolo de valor
Os romanos chamavam o sal de “sal”, e o pagamento que os soldados recebiam para comprá-lo era o salarium uma espécie de ajuda de custo em sal. Há registros de que, em certos períodos, parte do pagamento dos legionários vinha literalmente em sal, tamanha era sua importância econômica.
Com o tempo, o termo salarium passou a se referir a qualquer tipo de remuneração pelo trabalho, mesmo quando já não envolvia o produto. E assim, o “salário” foi ganhando o sentido que conhecemos hoje.
O sal que movia impérios
A importância do sal na Roma Antiga era tamanha que estradas e cidades surgiram ao redor de suas rotas comerciais. Um exemplo famoso é a Via Salaria, uma antiga estrada romana construída especialmente para o transporte de sal entre o litoral e o interior da península itálica.
Além disso, o sal estava ligado à própria economia e ao poder político: controlar o comércio de sal significava controlar uma das principais riquezas do Império.
Uma curiosidade linguística que resistiu ao tempo
O curioso é que, mesmo séculos depois, a ideia de “sal como valor” permaneceu viva nas palavras. Em vários idiomas derivados do latim como o português, o espanhol (salario) e o italiano (salario), o termo manteve a mesma raiz.
E até em inglês, embora a palavra “salary” venha do latim, existe uma expressão antiga que reflete essa mesma ideia: “worth one’s salt”, que significa “valer o que se ganha” ou literalmente, “valer o sal que recebe”.
No fim das conta..
O sal, esse ingrediente tão simples, já foi símbolo de riqueza, poder e até justiça. E pensar que, hoje, ele continua presente na nossa vida não mais como moeda, mas como lembrança linguística de um tempo em que um punhado de sal podia valer tanto quanto ouro.