Na Itália, os sistemas de tram desempenham um papel estratégico na mobilidade urbana, oferecendo uma alternativa sustentável, eficiente e, muitas vezes, histórica ao transporte público convencional. Presente em diversas cidades italianas, o bonde elétrico é um modal que une tradição e modernidade, sendo valorizado tanto por sua funcionalidade quanto por seu impacto urbano positivo.
A seguir, apresentamos os principais sistemas de tram em operação na Itália, com destaque para sua infraestrutura, integração e particularidades.
1. Milão – A Maior Rede Ativa da Itália
A cidade de Milão possui o maior e mais antigo sistema de trams do país. Operado pela ATM (Azienda Trasporti Milanesi), o sistema cobre uma ampla rede de linhas que atravessam toda a área metropolitana.
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Extensão: Aproximadamente 180 km de trilhos.
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Número de linhas: 17 linhas regulares, com circulação diária.
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Destaque: Preserva parte da frota original dos anos 1920 (série 1500), integrando-a a modelos modernos como os Sirio.
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Integração: Compatível com bilhetes do metrô e ônibus, o tram é um componente central no sistema intermodal da cidade.
2. Turim – Inovação com Patrimônio Histórico
Turim combina tradição e tecnologia em seu sistema de tram, operado pela GTT (Gruppo Torinese Trasporti).
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Extensão: Cerca de 88 km.
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Número de linhas: 10 linhas regulares, incluindo serviços históricos nos fins de semana.
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Destaque: A linha 7 é operada com bondes históricos, oferecendo uma experiência cultural além do transporte.
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Modernização: A cidade investe em novos veículos de piso baixo e sistemas inteligentes de sinalização.
3. Nápoles – Sistema Parcialmente Modernizado
Em Nápoles, o tram atende principalmente a zona costeira e áreas centrais, sendo operado pela ANM (Azienda Napoletana Mobilità).
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Extensão: Aproximadamente 11 km.
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Número de linhas: 3 linhas principais (1, 2 e 4).
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Destaque: Apesar de limitada, a rede é estratégica para áreas de alta densidade urbana.
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Desafios: Ampliação e requalificação das linhas são necessárias para atender melhor a demanda metropolitana.
4. Veneza (Mestre) – Tram Moderno com Tecnologia de Guia Óptico
Na parte continental de Veneza (Mestre), o sistema de tram foi introduzido recentemente com tecnologia moderna.
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Modelo: Translohr, um tipo de tram guiado por via central com pneus, não trilhos convencionais.
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Extensão: Cerca de 20 km.
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Linhas: Duas principais (T1 e T2).
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Destaque: Integra Mestre ao centro histórico via Ponte della Libertà, conectando-se ao terminal Piazzale Roma.
5. Florença – Modelo de Expansão Sustentável
Florença reintroduziu seu sistema de tram em 2010, como parte de um plano de mobilidade urbana sustentável.
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Extensão: Mais de 20 km (em expansão).
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Linhas: 3 operacionais, com novas linhas previstas.
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Destaque: Forte integração com a estação ferroviária Santa Maria Novella e com o aeroporto da cidade.
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Benefícios: Redução de tráfego no centro histórico e incentivo ao transporte público.
Considerações Finais
O tram na Itália não é apenas um meio de transporte, mas também um elemento cultural e urbano que reflete a identidade de cada cidade. Sua presença promove:
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Redução da emissão de poluentes
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Valorização de áreas urbanas
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Melhoria na fluidez do trânsito
Com modelos que vão desde os históricos em Milão e Turim até os ultramodernos em Veneza e Florença, os sistemas de tram italianos representam um equilíbrio entre conservação do patrimônio e inovação tecnológica em transporte público.