Você mora em um condomínio com aquecimento central e quer entender melhor como é calculada a taxa fixa que aparece nas suas contas?
Desde 2020, a forma de dividir os custos de aquecimento entre os condôminos mudou e entender essa regra pode evitar muitas surpresas no inverno.
Como Funciona a Divisão dos Custos de Aquecimento Central
Em condomínios com sistema de aquecimento centralizado, a conta total é dividida em duas partes principais:
-
Parcela voluntária – depende do uso real de cada morador.
Ou seja, quanto mais você abre as válvulas termostáticas e usa calor, mais paga. -
Parcela involuntária (ou taxa fixa) – cobre custos que não dependem do uso individual.
Inclui perdas de calor da rede, manutenção do sistema, energia de operação e disponibilidade do serviço.
Essa taxa é paga mesmo que as válvulas permaneçam fechadas.
O Que Mudou Desde 2020
Antes de 2020, as regras eram rígidas e baseadas na norma técnica UNI 10200, que determinava como dividir exatamente as partes variáveis e fixas do consumo.
No entanto, esse modelo gerava desequilíbrios por exemplo, apartamentos mais expostos ao frio pagavam mais, mesmo com o mesmo uso.
A partir de 29 de julho de 2020, foi introduzida mais flexibilidade:
-
Pelo menos 50% das despesas relacionadas ao consumo voluntário devem ser distribuídas com base no uso real medido.
-
Já a parcela fixa (consumo involuntário) pode ser dividida conforme decisão da assembleia do condomínio, usando critérios como:
-
milésimos de propriedade,
-
metros quadrados,
-
metros cúbicos, ou
-
capacidade instalada do sistema.
-
Essa mudança permitiu adaptar os cálculos às características de cada edifício, tornando a cobrança mais justa.
Exemplo Prático
Imagine um condomínio com despesa anual total de €10.000, em que a assembleia decide dividir:
-
60% como parcela voluntária,
-
40% como parcela fixa.
Se o consumo total for de 12.000 unidades, e:
-
o Apartamento A consumiu 1.200 unidades,
-
o Apartamento B consumiu 600 unidades,
a divisão respeitará tanto o uso real (consumo) quanto a contribuição aos custos estruturais do serviço, garantindo equilíbrio entre os moradores.
Leituras Remotas e Transparência
Desde 1º de janeiro de 2022, os condomínios com medidores de calor de leitura remota devem receber informações periódicas sobre consumo e custos.
Isso permite acompanhar os gastos em tempo real, entender o impacto da taxa fixa e ajustar o comportamento de uso, tornando o sistema mais transparente e eficiente.
Critérios Técnicos e Decisão da Assembleia
A escolha dos critérios para o cálculo da taxa fixa tem impacto direto no equilíbrio interno do condomínio.
Por isso, recomenda-se:
-
que a decisão seja tomada em assembleia,
-
e que haja apoio técnico de um profissional especializado, para evitar distorções ou injustiças entre as unidades.
Regras de Uso e Limites de Temperatura
Além da parte financeira, a legislação nacional italiana também define limites de horas de funcionamento e temperatura conforme as zonas climáticas.
De forma geral, a temperatura interna não deve exceder 20 °C, o que ajuda a conservar energia e a reduzir custos.
Entender como a taxa fixa do aquecimento central é calculada é essencial para interpretar corretamente sua conta e participar de forma consciente das decisões do condomínio.
A combinação entre consumo real, critérios técnicos e decisões coletivas garante maior transparência, justiça e eficiência energética tanto para o bolso quanto para o meio ambiente.