Morar na Itália é um sonho para muitos, mas como é, de fato, essa experiência no dia a dia? Em vez de um guia tradicional, hoje vamos ouvir quem viveu isso na prática!
Quatro pessoas que já passaram – ou ainda estão passando – pelo processo de adaptação na Itália compartilham suas histórias, desafios e aprendizados. Eles revelam o que ninguém te conta, desde as surpresas boas até os obstáculos inesperados.Se você tem curiosidade sobre como é viver na Itália de verdade, prepare-se para se inspirar!
Losie: Da Argentina para Aosta, uma Jornada de Planejamento e Crescimento Profissional
Losie, 32 anos, chegou à Itália em 2016, já com sua cidadania italiana reconhecida via consulado. Sua viagem foi motivada pelo desejo de estudar e, após dois anos em Roma, se estabeleceu em Aosta.
Sua trajetória na gastronomia, com a especialização na Italian Chef Academy situada em Roma , reflete sua paixão pela culinária.
Ao falar sobre sua experiência, Losie destaca a importância do planejamento financeiro. “Morar fora não é só uma questão de se adaptar culturalmente, mas também financeiramente. A reserva que eu tinha me deu a segurança de explorar o país e focar nos meus estudos e carreira. A dica que dou para quem vem para a Itália é sempre estar com uma boa reserva e aprender a controlar os custos desde o início”, conta Losie. Para ela, ter um bom planejamento financeiro foi um dos principais fatores para sua adaptação e bem-estar na Itália.
Daniel Zerbetto: Entre Línguas e Fronteiras
Daniel Zerbetto, ítalo-brasileiro, reconheceu sua cidadania italiana via consulado no Brasil e se mudou para a Alemanha em 2016, onde viveu por dois anos. Durante esse período, ele se dedicou ao trabalho como professor de inglês e aprimorou sua experiência profissional. Sua experiência em Berlim foi marcante, tanto no aspecto profissional quanto pessoal.
Após sua estadia em Berlim, Daniel se transferiu para Torino, Itália, em busca de novas oportunidades profissionais. Seu processo de adaptação foi bem recebido tanto pelos italianos quanto pelos brasileiros, especialmente na cidade, onde se estabeleceu.
“Participar dos encontros da Casa do Brasil foi essencial para me conectar com outras pessoas que estavam na mesma situação que eu e também para entender melhor o contexto cultural e social italiano”, conta Daniel. A experiência, segundo ele, também foi crucial para melhorar suas habilidades no italiano e, ao mesmo tempo, entender como funcionavam os processos administrativos e burocráticos no país.
A cidade tem uma forte comunidade internacional, e a interação com os brasileiros foi um ponto positivo. Ele também comentou sobre o mercado de trabalho e a importância de ter uma formação europeia, como o mestrado, para conseguir oportunidades de emprego.
Durante sua estadia em Torino, Daniel conheceu seu companheiro, também italiano, Mathia, que morava em Milão. Eles começaram a se conhecer melhor e, aos poucos, começaram a alternar entre Milão e Turim. Quando Mathia recebeu uma proposta de trabalho na Alemanha, o casal se mudou para Hamburgo, onde viveram por dois anos. Após esse período, se mudaram para Berlim, onde residem atualmente. “A mudança foi motivada pela oportunidade de trabalho e pela nossa relação”, conta Daniel.
Um dos primeiros pontos que ele destaca para quem quer morar na Itália, é a importância de não esperar que as coisas aconteçam por acaso. “Acho que muitas pessoas pensam que basta se mudar para um novo país e as coisas vão dar certo, mas não é bem assim. Você tem que se planejar, se antecipar e estar disposto a trabalhar duro para conquistar seu espaço”, diz Daniel.
Hoje, ao refletir sobre sua jornada, Daniel ressalta a importância de pensar no futuro com clareza: “Se você vai para um novo país, tenha sempre um plano, mas esteja pronto para ajustar esse plano conforme as situações mudam. O inesperado é parte do processo.” Ele recomenda que quem está pensando em viver fora se prepare não só para as novas experiências, mas também para a transformação pessoal que ela traz.
Outro conselho crucial de Daniel é sobre a flexibilidade. “Mudar de país exige muito mais do que aprender a língua ou entender o mercado de trabalho. A verdadeira adaptação vem quando você é capaz de ser flexível, de abrir mão de certas coisas que eram confortáveis na sua cultura de origem e aceitar novas formas de viver.” Ele explica que, por mais que os desafios sejam grandes, a capacidade de se adaptar é o que faz a diferença. Daniel concluiu a entrevista com um conselho importante: “Descubra onde você quer estar e aproveite as oportunidades para aprender e crescer.”
Matteo Ryan: Um Novo Começo em Parma e o Impacto da Pandemia no Mercado de Trabalho
Matteo Ryan, de 42 anos, vive em Parma desde 2022, após ter feito sua cidadania italiana via processo judicial. Como muitos, ele chegou à Itália em um momento desafiador, no pós-pandemia, o que impactou a dinâmica do mercado de trabalho.
Apesar disso, sua experiência foi positiva, especialmente no campo profissional, onde trabalhou na Amazon, atuando na área de logística.
Ele acredita que a área de logística exige dedicação. “Para quem quer trabalhar na logística aqui na Itália, é fundamental fazer um curso focado na área, ter a CNH e dominar o italiano. O mercado está cada vez mais competitivo, e esses requisitos fazem toda a diferença”, explica Matteo. Seu plano para o futuro inclui o comprar sua primeira casa, e aproveitar os benefícios do contrato de trabalho a tempo indeterminado. Ele já esta em fase de negociações para o financiamento da casa.
Giovanni M: A Construção de uma Carreira de Beleza em Milão
Giovanni M (cidadão Português), que se mudou de Portugal para a Itália em 2018, foi atraído por uma oferta de trabalho em um salão renomado. Ele, que é cabeleireiro e maquiador, começou sua nova vida na Itália em Milão, cidade que oferece uma infinidade de oportunidades na área de beleza. Porém, ele teve que lidar com um grande desafio: o idioma.
“O maior obstáculo foi aprender o idioma, especialmente os dialetos locais. Mas fiz um curso da CPIA por 8 meses, o que me ajudou a melhorar meu italiano e a me integrar melhor, conta Giovanni.
Ele também recomenda a quem pretende morar e trabalhar na Itália que chegue com um nível intermediário de italiano, como B1/B2, para facilitar a adaptação e aumentar as chances de conseguir um bom emprego.
Conclusão
As experiências de Losie, Daniel, Matteo e Giovanni mostram que viver na Itália é muito mais do que se adaptar a um novo ambiente; é sobre se reinventar, fazer escolhas estratégicas e aproveitar as oportunidades que surgem. Cada um com sua trajetória única, todos têm em comum o aprendizado de que o sucesso vem com planejamento, flexibilidade e a disposição para abraçar o novo. Suas histórias são uma inspiração para quem busca não apenas viver, mas crescer e conquistar na Itália.
Losie, Daniel, Matteo e Giovanni compartilham dicas valiosas sobre como o planejamento, a flexibilidade e a busca constante por crescimento pessoal e profissional fizeram toda a diferença em suas jornadas. E você, já pensou sobre o que faria para se adaptar a um novo ambiente e transformar um desafio em uma oportunidade? Como você se prepararia para recomeçar em outro país?