Se você está pensando em se mudar ou já está vivendo aqui, eu quero compartilhar com você as 12 lições que aprendi nesses 12 meses. Não vou te iludir, a experiência tem seus altos e baixos, mas cada um desses aprendizados me trouxe algo muito valioso. Com o tempo, fui percebendo que viver na Itália exige muito mais do que apenas gostar de pizza e vinhos. Se você está pensando em se mudar ou está passando por esse processo, eu espero que essas lições façam sentido para você e te ajudem a se preparar para essa experiência transformadora.
1. A Burocracia Não é um Bicho de Sete Cabeças
Abrace a Burocracia Italiana (e Não se Desespere). No início, eu fiquei um pouco assustada com a quantidade de documentos. No começo, parecia uma montanha de papéis, formulários e processos intermináveis. Mas, com o tempo, aprendi a lidar com isso. A burocracia tem seu ritmo, mas ela não é impossível de ser vencida. O segredo é ter paciência e entender que as coisas acontecem no seu tempo. A Burocracia não é algo pessoal – apenas tenha paciência!
As coisas nem sempre acontecem rápido, mas isso não significa que não vão acontecer. A dica aqui é ir com calma, sempre acompanhando o andamento dos processos e entendendo que cada passo vale a pena.
2. Não Deixe o Idioma Ser um Obstáculo
Falar italiano é um dos maiores desafios que você vai enfrentar no começo. No meu caso, quando cheguei, eu já sabia algumas palavras e frases, mas a compreensão em uma conversa rotineira levou mais tempo. Em várias situações, fiquei insegura porque não conseguia me comunicar como gostaria.
Não deixe o medo de errar te paralisar. Os italianos são muito compreensivos quando veem que você está tentando falar a língua deles. Ao invés de se concentrar apenas em aprender “o certo”, aproveite cada oportunidade para praticar, até nas conversas mais simples do dia a dia.
3. A Solidão Pode Aparecer, E Isso É Normal
Embora eu tenha me mudado para a Itália com entusiasmo, a verdade é que a solidão bateu forte nos primeiros meses. A saudade do que eu conhecia como casa, a dificuldade de se comunicar, as diferenças culturais… tudo isso pode pesar. E, sim, isso é completamente normal. É parte do processo. Buscar apoio, conversar com pessoas que passaram pela mesma experiência e até procurar ajuda profissional se necessário, é fundamental. A solidão não define sua jornada.
4. Entenda que a Adaptação Não É Uma Corrida
Nos primeiros meses, me peguei comparando constantemente a minha experiência com a de outras pessoas. Isso só gerava ansiedade e me impedia de aproveitar o momento. Cada pessoa tem sua própria jornada e seus próprios desafios. A comparação só serve para nos afastar do nosso caminho. Isso gerou uma pressão desnecessária. A verdade é que ninguém espera que você seja “italiano” de imediato. O processo de adaptação leva tempo, e está tudo bem errar ou não entender tudo logo de cara.
Quando você se permite cometer erros e entender que o processo é gradual, a experiência se torna muito mais leve e divertida. À medida que o tempo passa, a adaptação vem de forma natural. A cultura italiana está nas entrelinhas do cotidiano e é isso que faz você realmente sentir-se em casa.
5. Seja flexível e experimente algo novo
Eu pensava que já conhecia a culinária italiana, mas na realidade, muito do que comemos fora da Itália não é exatamente igual ao que é servido por aqui. A gastronomia é uma das maiores riquezas da Itália, mas também uma das maiores fontes de frustração nos primeiros meses, especialmente quando se trata de comidas ou temperos que você está acostumado.
Não se apresse em comparar a comida italiana com a de outros lugares, pois a autenticidade está nos pequenos detalhes. Aceitar a diversidade de pratos e formas de preparo é essencial para entender a riqueza da culinária local.
6. Não Ter Aproveitado Melhor a Experiência de Imigrante
Às vezes, me concentrei tanto nos desafios e dificuldades de ser imigrante que esqueci de celebrar o quanto essa experiência poderia me ensinar. Eu deveria ter mais orgulho da minha jornada, das dificuldades que enfrentei e das superações, ao invés de ver isso apenas como algo negativo.
Ser imigrante é uma experiência única e rica. Ao invés de focar apenas nas dificuldades, celebre cada pequena conquista e saiba que você está vivendo uma jornada que muitos não têm a oportunidade de viver.
7. Aceite que o Processo de Adaptação Tem Altos e Baixos
Em alguns dias, tudo vai parecer incrível. Nos outros, você pode sentir saudades de casa ou até se perguntar se tomou a decisão certa. Isso faz parte. A adaptação é cheia de altos e baixos, e não há problema algum em passar por momentos de dúvida.
A chave é reconhecer que os momentos difíceis são temporários e fazem parte do crescimento. Quando você se sentir para baixo, lembre-se de todas as conquistas que já alcançou, e perceba que cada desafio vai te fortalecer. Não tenha pressa, não se cobre demais, e, principalmente, aproveite as oportunidades que a vida italiana tem a oferecer.
8. Ter Visitado Mais Lugares
No início, estava tão focada em me estabelecer e me integrar à nova rotina que acabei adiando o desejo de explorar as maravilhas da Itália. Eu achava que teria todo o tempo do mundo, mas a realidade da vida cotidiana e os compromissos profissionais começaram a ocupar toda a agenda. O que eu percebi mais tarde é que viajar pelo país não só amplia os horizontes culturais, mas também cria memórias que fazem parte da experiência única de morar em um lugar tão especial. Conhecer os diferentes cantos da Itália, suas cidades históricas e regiões desconhecidas não deveria ter ficado para depois.
9. Não Levar Tão a Sério as Críticas de Estranhos
Logo no começo da minha jornada, ouvi muitas opiniões negativas sobre a vida na Itália. Comentários como “não é mais o que era”, “a Itália está difícil para imigrantes” ou “é quase impossível encontrar um emprego bom” começaram a criar um cenário pessimista na minha cabeça. No entanto, com o tempo, percebi que cada experiência de vida é única. As dificuldades enfrentadas por uma pessoa podem não ser as mesmas que você enfrentará. Focar nas próprias experiências e progressos, ao invés de se deixar influenciar pelas opiniões externas, é essencial para se adaptar de forma saudável. Não permita que os comentários negativos obscureçam a sua percepção da realidade.
Cada pessoa tem uma experiência única, e nem tudo o que dizem será relevante para você. O mais importante é se adaptar ao seu ritmo, sem permitir que as opiniões negativas dos outros te impeçam de avançar.
10. Não Ter Deixado de Planejar Momentos de Lazer e Descanso
Eu estava tão focada em resolver as questões práticas e me ajustar ao cotidiano italiano que acabei deixando o lazer e descanso de lado. Isso foi um erro, pois a experiência de viver na Itália deve incluir momentos de prazer e relaxamento para equilibrar a intensidade da adaptação. Seja fazendo uma viagem para uma cidade próxima, indo a um museu ou até mesmo experimentando novos restaurantes e cafés. Esses momentos de lazer são essenciais para manter a motivação alta.
11. O Trabalho Não Precisa consumir 24 horas do seu dia
Embora o trabalho seja uma parte essencial da vida, na Itália, aprendi que ele não deve ser a única coisa que define quem somos. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional é muito mais valorizado aqui do que em muitos outros lugares. Ter tempo para lazer, para a família e para os amigos é fundamental. Não se deixe consumir pelo trabalho. A vida é muito mais do que os compromissos profissionais.
12. A Adaptação é um Processo Lento, mas Valioso
Finalmente, percebi que a adaptação à vida italiana não acontece da noite para o dia. No início, queria me encaixar perfeitamente, mas entendi que o processo é gradual. A cada mês, um novo aprendizado e, com o tempo, você se sente mais confortável e parte da cultura.
A adaptação é um processo que exige paciência. Não há pressa. Aproveite cada passo do caminho e celebre as pequenas vitórias.
O Que 12 Meses na Itália Me Ensinaram Sobre a Vida
Então, olhando para esses 12 meses, acho que uma das maiores lições que aprendi foi que nada acontece da noite para o dia. Posso dizer com certeza: se eu tivesse que fazer tudo de novo, faria. Claro, houve desafios, momentos de adaptação e até algumas decisões que, se pudesse, mudaria. Mas no final, cada experiência foi uma oportunidade de crescimento e aprendizado. A vida aqui tem um jeito de ensinar mais do que qualquer livro ou conselho poderia prever.
Se você está planejando viver aqui ou já está nessa jornada, eu diria para não se pressionar demais. A Itália tem um ritmo próprio, e a vida aqui te ensina a desacelerar, a ser paciente. Às vezes, você vai se frustrar com a burocracia, com o idioma ou até com a saudade de casa. Isso é totalmente normal. O importante é entender que isso faz parte do processo, que é um aprendizado constante.
Se eu pudesse te dar um conselho, seria: aproveite as pequenas vitórias. Se em algum dia você conseguir se comunicar um pouco melhor em italiano ou entender uma piada local, celebre isso! Se um simples passeio no centro histórico de uma cidade te faz sentir como se estivesse vivendo a história, perceba o quanto isso é significativo.
A adaptação é um misto de erros e acertos, altos e baixos, e tudo bem se nem sempre as coisas saírem como você planejou. O segredo está em se permitir viver cada fase do processo com leveza. Como eu aprendi ao longo desses meses: o que realmente importa não é o final, mas o que você aprende e como você cresce ao longo do caminho. E, claro, aproveite as oportunidades que só a Itália pode oferecer!
Vale a pena morar na Itália?
Sim. A Itália me ensinou tanto em apenas um ano – a cultura, a gastronomia, as paisagens… foi uma verdadeira imersão. Porém, ao mesmo tempo, sinto uma vontade crescente de explorar outros países. Não quero me limitar a um único lugar, afinal. A Itália sempre será um capítulo inesquecível na minha história.
Vou continuar morando na Itália? Sim. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim começa a questionar: será que estou vendo tudo o que o mundo tem a oferecer? Cada dia aqui é uma nova descoberta, mas há uma inquietação crescente, uma sensação de que há mais por aí, além das fronteiras italianas. Outros destinos começam a me chamar, como se algo estivesse me preparando para algo maior. O que será que o futuro me reserva? Em três ou quatro anos, estarei aqui ou em algum lugar completamente novo? Não tenho todas as respostas, mas uma coisa é certa: a aventura está só começando. O mundo tem tantas possibilidades, e eu mal posso esperar para descobrir o que vem por aí.