Se você já fez uma compra em moeda estrangeira ou enviou dinheiro do Brasil para outro país, provavelmente pagou mais do que a cotação que viu no Google. A diferença entre o valor “oficial” e o valor cobrado é chamada de spread — uma palavra pequena, mas com grande impacto nas suas finanças.
O Que É Spread?
O spread é, de forma simples, a diferença entre dois valores de uma mesma operação. No mercado financeiro, é a margem que instituições cobram para realizar transações — seja um banco, uma corretora ou uma fintech.
No caso do câmbio, o spread é a diferença entre o preço oficial da moeda e o valor que o cliente realmente paga. Esse valor cobre custos da operação e, claro, o lucro da instituição.
Spread Cambial: Como Funciona na Prática?
Imagine que você está no Brasil e quer comprar euros para uma viagem. O euro comercial está cotado a R$ 5,50, mas a corretora te vende por R$ 5,80. Essa diferença de R$ 0,30 por euro é o spread.
Ele também aparece quando você:
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Faz uma transferência internacional
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Usa um cartão de crédito ou débito internacional
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Recarrega um cartão pré-pago multimoeda
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Converte saldo em apps como Wise, Nomad, C6 Global etc.
Leia mais sobre: Dinheiro, cartão ou fintech? O que compensa mais após alta do IOF
Exemplo Real:
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Cotação oficial do dólar: R$ 5,00
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Valor cobrado pelo banco: R$ 5,25
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IOF (3,5%): R$ 0,18
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Custo total por dólar: R$ 5,43
Nesse exemplo, mesmo antes do imposto (IOF), você já está pagando R$ 0,25 a mais apenas de spread.
E Para Quem Mora no Exterior?
Brasileiros que vivem fora do país e ainda usam o real — seja para receber, enviar ou gastar — também sentem o spread no bolso:
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Envio de dinheiro para o exterior: plataformas como Wise e Remessa Online geralmente têm spreads menores que os bancos tradicionais.
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Conversão de moedas em apps de fintech: o spread pode variar a cada hora.
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Uso de cartões multimoeda: o spread é aplicado no momento da recarga ou da conversão, junto com o IOF.
Como Reduzir o Impacto do Spread?
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Compare plataformas: aplicativos como Wise, Nomad, C6 Bank, Remessa Online e Inter Global geralmente oferecem spreads mais baixos que bancos.
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Fuja de casas de câmbio em aeroportos: costumam ter spreads altíssimos.
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Recarregue cartões multimoeda em momentos estratégicos: de preferência quando o câmbio estiver mais favorável.
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Planeje transferências com antecedência: assim você evita oscilações bruscas.
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Verifique sempre o valor final com IOF + spread incluídos antes de concluir qualquer operação.
Conclusão
O spread pode parecer um detalhe técnico, mas faz uma grande diferença no seu bolso — especialmente para quem mora fora do Brasil e ainda depende de reais. Ao entender como ele funciona e comparar opções, você pode economizar em cada conversão e tomar decisões financeiras mais conscientes.