RESUMO
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A União Europeia tem um objetivo ambicioso: tornar todo o parque imobiliário europeu descarbonizado até 2050. Em outras palavras, todos os edifícios devem consumir menos energia e não depender mais de combustíveis fósseis. No centro desse plano estão as chamadas “casas verdes”, construídas ou reformadas com máxima eficiência energética.
Mas o que isso significa para quem possui uma casa antiga ou pouco eficiente? Será que ela deixará de ser vendida? Vamos entender.
A nova diretiva da UE: EPBD 2024/1275
A Diretiva (UE) 2024/1275, conhecida como EPBD, estabelece novas regras de eficiência energética para os edifícios. Ela deve ser implementada pelos Estados-Membros até 29 de maio de 2026, incluindo planos nacionais de renovação do parque imobiliário.
Entre as principais mudanças:
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Padrões Mínimos de Desempenho Energético (MEPS): todos os novos edifícios deverão ser altamente eficientes;
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2030: todos os novos edifícios terão de ser de emissão zero;
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2028: obrigação para edifícios públicos já começar a seguir os padrões de emissão zero;
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2025: fim dos incentivos para caldeiras a combustíveis fósseis.
Cada país definirá suas próprias metas e trajetórias, adaptando a diretiva ao seu parque de imóveis existentes.
Importante: A diretiva não proíbe a venda de imóveis antigos, mas cria um cenário em que casas ineficientes podem perder valor ou se tornar menos atraentes no mercado.
Casas antigas: Quem será mais afetado
O foco da diretiva são os imóveis com baixa eficiência energética, especialmente nas classes F e G.
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Classe G: imóveis antigos, construídos antes de 1990, sem isolamento adequado, com sistemas de aquecimento obsoletos e alto consumo de energia.
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Impacto no mercado: embora essas casas possam ser vendidas, bancos, seguradoras e compradores podem se tornar mais exigentes. O resultado provável é desvalorização gradual e dificuldade de negociação.
Segundo a ENEA, cerca de 60% do parque imobiliário italiano ainda se encontra nas classes F ou G, ou seja, muitas casas precisarão de atenção nos próximos anos.
Como saber se sua casa precisa de intervenção
O primeiro passo é obter o Certificado de Desempenho Energético (CDE), emitido por técnico qualificado. Ele indica a classe energética do imóvel e aponta possíveis melhorias.
Em casos mais complexos, um diagnóstico energético detalhado ajuda a identificar pontos de perda de calor, sistemas antigos e prioridades de intervenção.
Como melhorar a eficiência da sua casa
Existem medidas que podem valorizar o imóvel e reduzir o consumo de energia:
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Isolamento de telhados, paredes e janelas;
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Substituição de caldeiras antigas por bombas de calor ou sistemas híbridos;
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Instalação de painéis solares (fotovoltaicos);
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Ventilação mecânica controlada e sistemas de monitoramento do consumo energético.
Essas intervenções podem aumentar a classe energética em duas ou mais posições, tornando o imóvel mais valorizado e preparado para futuras exigências.
Incentivos disponíveis
Mesmo com o fim gradual do Superbonus, existem outras opções para apoiar reformas e modernização:
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Ecobonus: dedução de até 50% para melhorias de eficiência;
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Bônus de Renovação: dedução de 50% para obras de manutenção e pequenas reformas.
Algumas regiões também oferecem subsídios adicionais, principalmente para edifícios antigos ou localizados em regiões frias.
Exceções previstas pela diretiva
Nem todos os imóveis precisam cumprir os mesmos padrões:
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Edifícios históricos protegidos;
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Locais de culto;
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Residências secundárias isoladas.
Mesmo nesses casos, é necessário buscar melhorias compatíveis com a estrutura do imóvel e restrições arquitetônicas.
Até 2030, casas antigas e energeticamente ineficientes não serão proibidas de venda, mas o mercado vai naturalmente penalizá-las: menor interesse de compradores, dificuldade de financiamento e seguro mais caro.
Quem investir em modernização e eficiência energética terá imóveis mais valorizados, competitivos e preparados para o futuro.
A mensagem é clara: o futuro do mercado imobiliário europeu será verde, e o momento de agir é agora.