A partir de 7 de junho de 2026, a forma como as ofertas de emprego são publicadas na Itália sofrerá mudanças significativas. Em conformidade com a Diretiva Europeia 2023/970 sobre transparência salarial, todas as vagas deverão informar o salário bruto anual ou uma faixa salarial antes da primeira entrevista.
O objetivo é combater a disparidade salarial entre homens e mulheres, que ainda gira em torno de 20%, segundo dados do INPS, e promover um mercado de trabalho mais justo e equitativo. Isso significa que não será mais possível utilizar fórmulas vagas como “salário compatível com a experiência”.
Mudanças para empresas e candidatos
As empresas precisarão revisar a forma como redigem os anúncios e, ao mesmo tempo, avaliar a estrutura salarial interna, garantindo que o que é comunicado aos candidatos esteja coerente com os salários dos funcionários atuais.
Se uma empresa não quiser divulgar o salário abertamente, ainda será possível informar apenas aos candidatos selecionados, mas sempre de maneira clara e rastreável, por e-mail ou telefone, antes da entrevista.
Além disso, a diretiva proíbe perguntar ao candidato sobre seu rendimento atual, permitindo apenas que sejam discutidas as suas expectativas salariais. O objetivo é evitar que o histórico salarial influencie futuras oportunidades, promovendo maior igualdade.
Flexibilidade e preocupações das empresas
Não existem limites rígidos quanto à precisão do valor: empresas poderão indicar faixas salariais amplas, como de 30.000 € a 100.000 €, mantendo certa flexibilidade nas negociações.
No entanto, algumas organizações temem que a transparência possa:
-
Endurecer as negociações;
-
Estagnar os salários;
-
Reduzir a atenção a benefícios e condições como previdência, horários flexíveis ou trabalho remoto.
Por outro lado, experiências em países onde a transparência já é prática comum como Reino Unido e França mostram que os processos seletivos se tornam mais rápidos e as candidaturas mais alinhadas com as expectativas dos candidatos.
Impacto esperado no mercado de trabalho italiano
A mudança deve incentivar as empresas a repensarem suas políticas salariais e os candidatos a buscarem oportunidades mais transparentes. Com isso, espera-se uma redução gradual das desigualdades salariais e um mercado de trabalho mais competitivo e eficiente, em linha com os padrões europeus.
A partir de junho de 2026, a transparência salarial deixará de ser uma prática opcional e se tornará um requisito obrigatório para todos os empregadores italianos, transformando a forma como profissionais e empresas interagem no mercado de trabalho.































