Operadores altamente treinados da unidade Prymary, vinculada à Direção Principal de Inteligência ucraniana (GUR), têm realizado ataques precisos e de baixa assinatura contra alvos russos na Crimeia usando drones aéreos unidirecionais equipados com explosivos. As ações, divulgadas pelo próprio GUR em vídeos que registram a trajetória dos artefatos em visão em primeira pessoa (FPV), destacam a eficácia das táticas de comando e sabotagem que a Ucrânia aperfeiçoou ao longo do conflito.
Segundo as imagens e relatórios oficiais, entre os alvos atacados na base aérea de Kacha estavam um avião de transporte militar An-26, um sistema antiaéreo S-300 e múltiplas estações radar. Um dos alvos de maior relevância informado foi o sistema radar multibanda Nebo-M, considerado peça-chave na vigilância e defesa aérea russas.
Em um período de aproximadamente duas semanas, a unidade Prymary atribuiu-se a destruição de oito alvos de importância estratégica na Crimeia. A lista inclui:
- Um bombardeiro Su-24;
- Uma antena localizada em cúpula radar;
- Uma estação radar Kasta-2e2;
- Um drone de longa duração e média altitude Orion;
- Duas estações radar do tipo Podlyot;
- Um trem de carga transportando suprimentos;
- Além dos já citados An-26, S-300 e do radar Nebo-M.
Os ataques mostram padronização tática: drones FPV, operados à distância por equipes especializadas, voam em baixa altitude para penetrar defesas e colidir com o alvo, causando danos concentrados a ativos de alto valor. O uso dessa técnica remete à tradição das operações de comando, comparáveis — em espírito de audácia e precisão — às ações históricas de forças como os Royal Marines britânicos ou as unidades de comando tradicionais.
A unidade Prymary é frequentemente mencionada ao lado de outras formações ucranianas que empregam capacidades não convencionais, como o Grupo 13 (focado em drones navais) e o Regimento Kraken. Operando sob um emblema que simboliza um ataque que perfura a “Rússia com uma espada”, o grupo se apresenta como contraponto às insígnias das forças especiais russas, como as unidades do GRU e do FSB que usam o morcego como símbolo.
Além do impacto operacional, essas ações têm um componente psicológico e político: surtos de sucesso tático ajudam a manter o moral interno e a demonstrar capacidade de ação mesmo em áreas ocupadas. Em um momento em que o apoio externo, e em particular o americano, aparece sujeito a pressões políticas, as vitórias de comando e sabotagem assumem também uma dimensão estratégica de reforço da confiança doméstica e de sinalização internacional.
O padrão de ataques da Prymary reafirma a tendência de intensificação do uso de drones armados e táticas de guerra de precisão por parte de Kiev. Enquanto o conflito se arrasta, unidades especializadas continuam a explorar lacunas nas defesas aéreas adversárias, escolhendo alvos que degradam a vigilância, a mobilidade e a logística das forças russas instaladas na Crimeia.
Fonte: Il Giornale — https://www.ilgiornale.it/news/guerra/nuova-unit-dellintelligence-ucraina-ha-colpito-crimea-2583322.html


























