A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou em discurso de fim de ano aos funcionários da Presidência do Conselho que 2025 “foi um ano tosto para todos nós” e acrescentou uma advertência direta: “Não se preocupem porque o ano que vem será muito pior“. A mensagem, feita em tom de cumprimento e incentivo, também trouxe um conselho prático: descansar bem durante as festas para estar preparado para os desafios de 2026.
No balanço feito diante dos servidores de Palazzo Chigi, Meloni ressaltou as tarefas que ainda aguardam o governo nos próximos meses. Entre os compromissos citados estão a aprovação do decreto sobre o apoio militar à Ucrânia, a conclusão dos objetivos do PNRR (Plano Nacional de Recuperação e Resiliência) e o acompanhamento do desfecho do referendo constitucional sobre a justiça.
O cenário político para 2026 foi descrito pela equipe do governo como particularmente exigente. Além das iniciativas legislativas em curso, há na pauta itens polêmicos como a reforma do premierato e a possível modificação da lei eleitoral — dossiês que, segundo fontes internas, podem reacender tensões já visíveis durante a tramitação da manobra orçamentária.
As últimas alterações na manovra fiscal expuseram dissensos dentro da coalizão, com atritos entre os apoiadores de Matteo Salvini e o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti. A rivalidade e o estado de alerta entre as forças políticas foram destacados por dirigentes do partido da premiê, que observam uma fase de “fibrilação” não apenas no Partido Democrático (PD), mas também entre os aliados de governo.
Fontes do entorno de Meloni reforçam que, apesar das dificuldades, o Executivo busca manter um ritmo de trabalho intenso para cumprir prazos internos e compromissos internacionais. A referência à necessidade de descanso durante as festas foi colocada como uma estratégia para preservar equipes e garantir que o governo possa “continuar a dar respostas a esta nação extraordinária”, nas palavras da primeira-ministra.
Com as eleições no horizonte do próximo ano, o quadro político permanece volátil. Especialistas consultados por agências de notícias apontam que as reformas constitucionais e as alterações da legislação eleitoral tendem a polarizar o debate público e a reorganizar alianças, elevando a complexidade do trabalho de governo em 2026.
Em suma, a mensagem de Meloni aos funcionários de Chigi foi dúplice: reconhecer um 2025 difícil e alertar para um 2026 ainda mais exigente, pedindo foco e preparação para um ano que promete ser decisivo para a cena política e institucional italiana.































