A lei de orçamento para 2026 foi finalmente aprovada pela Câmara, encerrando a tramitação legislativa a um dia do início do exercício provisório. O texto recebeu o aval definitivo em votação nominal com 216 votos a favor, 126 contrários e 3 abstenções, segundo apuração oficial.
Após uma passagem relâmpago pela comissão e menos de 48 horas em plenário, incluindo uma sessão noturna — a única desse processo —, o governo pôde respirar aliviado. A quarta manobra da gestão de Giorgia Meloni, composta por 973 emendas e avaliada em cerca de 22 bilhões de euros, chegou à Câmara praticamente blindada, refletindo o caráter monocameral de fato que tem marcado nos últimos anos o exame da lei orçamentária.
Em pronunciamento, a presidente do Conselho qualificou a proposta como “uma manobra séria e responsável”, construída em um “contexto complexo” e com “recursos limitados à disposição”, que foram concentrados em prioridades que o governo considera essenciais: famílias, emprego, empresas e saúde. O Ministério da Economia e Finanças (MEF) foi apontado como o principal articulador e garantidor do texto, já que a maioria das alterações trazidas pelo Senado tinham marca do governo e do próprio MEF.
Do outro lado, as oposições desmontaram a narrativa governista e partiram para a ofensiva: classificaram a manobra como um conjunto de medidas de “austeridade” e afirmaram que as escolhas favorecem os mais ricos. O clima em torno da votação foi marcado por protestos e momentos de tensão, tanto nas galerias quanto entre os parlamentares.
Um dos pontos centrais do debate foi o amplo scontro sobre os salários. O tema mobilizou partidos de oposição e representações sindicais, que criticaram a ausência de medidas capazes de conter a perda do poder de compra e de oferecer aumentos salariais consideráveis. Já o governo defendeu que, diante das restrições orçamentárias, as prioridades foram traçadas para proteger as áreas consideradas cruciais para a recuperação econômica e a coesão social.
Analistas apontam que a rapidez do procedimento e a concentração de emendas do Executivo reforçam a tendência de centralização das decisões orçamentárias, reduzindo o espaço para mudanças substanciais durante a tramitação parlamentar. A aprovação final em Montecitorio sela, portanto, o pacote de 973 artigos que regerá políticas públicas e alocações para o ano que vem.
Com a votação consolidada, o governo agora se volta para a implementação das medidas previstas, enquanto as forças de oposição e os sindicatos prometem manter a pressão sobre a questão salarial e acompanhar a execução das promessas anunciadas.






























