Teerã — O presidente do Irã, Massoud Pezeshkian, afirmou que o país vive hoje uma **guerra total** contra os Estados Unidos, Israel e países europeus. A declaração foi dada em uma entrevista publicada no site oficial da Guia Suprema, o aiatolá Ali Khamenei, mais de seis meses após ataques israelenses e americanos em território iraniano.
Em suas palavras, citadas pelo portal da liderança religiosa, Pezeshkian disse: “A meu ver, estamos em **guerra total** contra os **Estados Unidos**, **Israel** e a **Europa**; eles querem colocar nosso país de joelhos”. A afirmação sublinha a postura de Teerã diante de um quadro de crescentes tensões diplomáticas e militares que se intensificaram ao longo do último ano.
O presidente iraniano relacionou a escalada das hostilidades com a pressão internacional sobre o programa nuclear do país. No fim de setembro, França, Reino Unido e Alemanha iniciaram o processo de restauração de sanções da ONU contra o Irã, justificando a medida por supostas preocupações com o desenvolvimento nuclear iraniano.
As menções de Pezeshkian ocorrem em um momento sensível para a política externa do Irã. Mais de seis meses após os ataques atribuídos a forças americanas e israelenses no solo iraniano — episódios que marcaram uma fase de confrontos diretos e denúncias mútuas — o discurso oficial adota um tom de confronto mais explícito. O pronunciamento, divulgado pelo site da liderança suprema, serve tanto para alertar aliados e adversários quanto para consolidar uma mensagem interna sobre a gravidade da situação.
Analistas lembram que o uso do termo **”guerra total”** por autoridades iranianas tem implicações políticas e simbólicas, ao sinalizar a percepção de ameaça abrangente — que vai além de incidentes isolados — e incluiria dimensões militares, econômicas e diplomáticas. A restauração de sanções pela União Europeia e por potências ocidentais alimenta esse diagnóstico, ao intensificar pressões financeiras e políticas sobre Teerã.
Apesar do tom beligerante do discurso, o cenário prático permanece sujeito a negociações discretas, canais diplomáticos e ao jogo de interesses regionais e internacionais. O Irã, ao mesmo tempo que denuncia pressões externas, busca preservar coesão interna e aparente capacidade de resistência frente às medidas punitivas internacionais.
O pronunciamento de Pezeshkian será, provavelmente, acompanhado por reações internacionais nas próximas horas e dias, inclusive por parte dos países citados. Observadores apontam que as próximas movimentações diplomáticas e as decisões sobre sanções poderão definir se a retórica evolui para novas medidas concretas ou se haverá espaço para contenção e diálogo.































