A Câmara dos Deputados iniciou as declarações de voto finais sobre a manobra orçamentária (Lei de Bilancio), após a oposição ter registrado a questão de confiança votada ontem. A sessão foi retomada às 11h e o voto definitivo sobre o texto está previsto para as 13h, com o fechamento formal dos trabalhos marcado para o dia seguinte.
Antes da fase de votações, foi concluída a análise dos quase 250 ordens do dia apresentados ao projeto. Entre eles, obteve aprovação um pedido apresentado pela Lega para suspender o aumento da idade para aposentadoria. A proposta passou com parecer favorável do governo, sem reformulações, e obriga o executivo a “avaliar a oportunidade de reconsiderar a medida” que prevê o aumento dos requisitos previdenciários — um mês a partir de 2027 e três meses a partir de 2028 — e a adotar “as iniciativas normativas oportunas para suspender, compatibilmente com os vincoli di finanza pubblica, tal aumento”.
A Assembleia confirmou a confiança solicitada pelo governo sobre a manobra: a votação nominal indicou 219 votos a favor e 125 contrários. O governo, que pediu a confiança em plenário por meio do ministro para as Relações com o Parlamento Luca Ciriani, terá a chamada nominal dos deputados amanhã à noite e o voto final do texto aprovado pelo Senado deverá ocorrer na manhã de terça-feira.
Espera-se uma sessão longa — um verdadeiro expediente contínuo — devido ao grande número de propostas a serem examinadas e à necessidade de sua respectiva apresentação. Esse é o ato final de uma manobra que passou por diversos momentos de incerteza e cortes e que, segundo integrantes do centro-direita, prioriza a manutenção do equilíbrio das contas públicas.
Partidos da coalizão celebraram aspectos do texto: o Fratelli d’Italia destaca que a manobra “concilia crescimento, estabilidade e equidade”, enquanto o deputado do Forza Italia Roberto Pella sublinhou a presença de “medidas concretas para as Regiões e os Municípios e a equidade territorial”.
Do outro lado, as bancadas de oposição criticaram duramente o pacote. A líder do Partito Democratico na Câmara, Chiara Braga, chamou a manobra de “sem fôlego” e advertiu que o governo estaria conduzindo o país a um beco sem saída. O M5S qualificou o texto de “manobra dos horrores” por supostos cortes nas políticas sociais, declaração atribuída a Davide Aiello. Marco Grimaldi (Avs) acusou o projeto de medidas “classistas” que penalizam as camadas mais baixas em favor dos mais ricos. O Azione, por sua vez, se descolou parcialmente da maioria: Elena Bonetti ressaltou a inclusão tardia de medidas de crescimento após pressão do seu partido e criticou o uso da manobra para fins de propaganda política.
Vale registrar que o projeto votado pelo Senado chegou à Câmara sem alterações relevantes pela comissão competente, razão pela qual a opção pela fidúcia foi antecipada ainda na véspera. O procedimento final seguirá o trâmite acelerado até a votação definitiva, enquanto os olhos permanecem sobre os desdobramentos relativos a pensões e aos compromissos orçamentários do Executivo.
























