Dois homens responsáveis pelo ataque ocorrido ontem em Bondi Beach foram identificados como pai e filho — Said e Naveed Akram — e, segundo informações de inteligência, haviam jurado fidelidade ao Estado Islâmico em 2019. A confirmação sobre a ligação com o grupo extremista e outras circunstâncias do caso foram divulgadas pela emissora australiana ABC com base em dados do serviço de contrainteligência local, o Australian Security Intelligence Organisation (ASIO).
Investigadores informaram que foram encontradas duas bandeiras do Estado Islâmico no veículo utilizado pelos autores do atentado, o que levou as autoridades a avaliar uma motivação inspirada no grupo terrorista. Apesar das suspeitas e do histórico que colocou Naveed Akram sob o foco do ASIO há alguns anos, ele possuía um porte de arma válido no momento do ataque.
O ASIO passou a monitorar Naveed Akram em outubro de 2019, segundo confirmou o primeiro-ministro Anthony Albanese. Na ocasião, ele foi objeto de investigação por cerca de seis meses após a polícia ter frustrado planos de um ataque vinculado ao ISIS. Concluído o período de apuração, as agências avaliadoras entenderam que ele não representava risco iminente, e as medidas de vigilância direta foram encerradas.
Além do acompanhamento a Naveed, as apurações indicam ligação entre os dois suspeitos e Isaak El Matari, considerado pelas autoridades um membro relevante de uma célula que planejou ações inspiradas pelo Estado Islâmico. El Matari cumpre atualmente uma pena de sete anos por ter organizado uma insurreição atribuída ao grupo extremista, segundo reportou a ABC.
Fontes da investigação informaram ainda que os dois atacantes têm origem paquistanesa. O fato de Naveed ter mantido um porte de arma regular — apesar do histórico que motivou o olhar do ASIO em 2019 — é um ponto que será aprofundado nas investigações policiais e administrativas, à luz de possíveis falhas no controle de antecedentes ou na troca de informação entre agências.
Autoridades federais e locais seguem com as diligências no local do ataque e na análise de possíveis conexões, motivações e eventuais cúmplices. O episódio reabre debate público e político na Austrália sobre vigilância a supostos radicalizados, critérios para concessão de armas e os mecanismos de prevenção ao terrorismo doméstico.
O primeiro-ministro Anthony Albanese confirmou publicamente que Naveed Akram esteve sob investigação do ASIO em 2019 e que, após o período de apuração, não foi considerado uma ameaça. As investigações em curso buscam esclarecer como se deu a radicalização dos autores, se houve apoio externo e por que, apesar do histórico, um dos envolvidos possuía licença de arma de fogo válida.
As autoridades pedem que informações sobre o caso sejam encaminhadas às forças policiais e reforçam apelo por calma enquanto as equipes forenses e de inteligência continuam a trabalhar para reconstruir a sequência de eventos e responsabilizar todos os envolvidos.
Fonte: ABC / Australian Security Intelligence Organisation (via Il Giornale) — https://www.ilgiornale.it/news/terrorismo/rivelazione-degli-007-sugli-attentatori-sydney-legati-2583110.html































