Depois de mais de cinco décadas como símbolo de empoderamento feminino, o colarinho lavallière — também conhecido pelo inglês pussy bow ou simplesmente como gravata de laço — ressurge como tendência dominante. Presente nas coleções outono/inverno 2025/26, o acessório voltou a ser a obsessão das antenadas em moda e ocupa lugar de destaque nos looks para o período festivo entre Natal e Ano Novo.
Seja aplicado em camisas ou vestidos, não há festa sem um grande laço ao pescoço. Os estilistas reinterpretaram o ícone em múltiplas chaves: das versões austeras e aristocráticas às mais lúdicas e modernas. Na passarela da Valentino, Alessandro Michele combinou o laço com blazers duplo-breasted de lã inglesa, sobre vestidos e por cima de suéteres de gola alta. A Fendi trouxe o modelo em versões plissê, conferindo movimento e leveza, enquanto a Emporio Armani inseriu o laço em conjuntos de veludo para a noite e em camisas coloridas coordenadas com ternos formais de escritório.
Na clássica maison Chanel, o grande laço reaparece sobre a jaqueta de tweed e ganha protagonismo em camisas brancas, frequentemente acompanhado por longas cascatas de pérolas. A pluralidade de materiais é notável: seda, chiffon, plissê, veludo e até versões em tricô ou couro compõem a nova paleta do acessório.
Além das rotações de material, houve experimentos de proporção — do laço maxi, que domina o peito, ao micro-laço mais discreto, adequado para o ambiente corporativo. Algumas casas trouxeram soluções práticas, como laços destacáveis e presilhas que transformam a peça em acessório intercambiável, aproximando o lavallière da ideia de joia têxtil.
O retorno do colarinho lavallière também reflete uma tendência mais ampla: a revalorização de detalhes historicamente associados a uma estética burguês-austríaca, agora atualizados para o guarda-roupa contemporâneo. O laço funciona tanto como elemento de festa — conferindo sofisticação instantânea a vestidos e blusas — quanto como assinatura em looks de trabalho, quando proporcionalmente reduzido e combinado a cortes sob medida.
Para quem deseja adotar a peça nas próximas celebrações, especialistas de estilo recomendam atenção às proporções do rosto e ao tecido: laços volumosos pedem peças mais simples em contraste; modelos pequenos e em seda se encaixam bem sob blazers estruturados. A versatilidade do pussy bow permite ainda sobreposição com colares longos ou broches, em composições que transitam com facilidade entre o formal e o festivo.
Em suma, o lavallière voltou com força, conciliando tradição e contemporaneidade — e promete permanecer como uma das referências de estilo para o inverno 2025/26.
Fonte: ANSA — Il ritorno del colletto lavallière, austero e borghese, ora anche stiloso

























