Quem chega à Itália logo percebe que ir ao açougue não é tão simples quanto pedir “patinho” ou “alcatra”. Os nomes dos cortes são diferentes, a forma de preparo também, e isso pode gerar confusão no começo. Mas com um pouco de referência, tudo fica mais fácil.
Cortes bovinos mais comuns na Itália
Manzo = carne bovina
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Filetto
O mais fácil de reconhecer: é o filé mignon. Macio, caro e usado para grelhar ou fazer medalhões. -
Controfiletto
Equivale ao contrafilé ou entrecôte. Ótimo para grelha e bifes altos. -
Scamone
Um dos mais versáteis. Se aproxima da alcatra brasileira. Bom para bifes, tiras ou assados. -
Fesa
Muito usado para escalopes e carnes finas. Similar ao patinho. Carne magra. -
Noce
Corte magro e macio, parecido com o coxão mole. Ideal para bifes rápidos e rosbife. -
Girello
Corresponde ao lagarto. Muito usado para assados, rosbife ou vitello tonnato. -
Muscolo
Equivale ao músculo. Perfeito para cozidos longos, caldos e ragù. -
Costata
Parecida com a costela com osso ou prime rib. Muito comum em churrascos italianos. -
Biancostato
Costela usada principalmente para caldos e cozimentos longos.
Cortes famosos na cultura italiana
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Fiorentina
Corte tradicional da Toscana, feito com lombo + filé com osso (parecido com o T-bone). Alta, malpassada e icônica. -
Bollito misto
Não é um corte específico, mas uma seleção de carnes (muscolo, biancostato, língua) para cozimento lento.
Carne de vitela (bezerro)
Na Itália, a vitela (vitello) é muito comum e mais clara:
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Scaloppine di vitello → bifes finos
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Ossobuco → corte da perna com osso e tutano
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Arista → assado de lombo
Dicas práticas no açougue italiano
Se quiser facilitar, você pode dizer:
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“Per fare bistecche” (para bifes)
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“Per spezzatino” (para carne de panela)
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“Per arrosto” (para assar)
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“Per macinare” (para moer)
Os açougueiros italianos costumam ajudar bastante se você explicar como pretende cozinhar, mesmo sem saber o nome exato do corte.
No começo, os cortes de carne na Itália podem parecer confusos para quem é brasileiro, mas isso faz parte do processo de adaptação. Com o tempo, você percebe que o mais importante não é decorar nomes, e sim entender para que tipo de preparo cada carne funciona melhor. Conversar com o açougueiro, explicar como pretende cozinhar e testar novos cortes acaba ampliando o repertório na cozinha e aproxima ainda mais da cultura italiana. No fim das contas, aprender esses detalhes transforma uma simples ida ao açougue em mais uma experiência de viver a Itália no dia a dia.
































