O presidente da República italiana, Sergio Mattarella, afirmou nesta sexta-feira, durante a cerimônia de votos de fim de ano com representantes das instituições, das forças políticas e da sociedade civil, que é seu dever “cultivar e consolidar todo pequeno espiraglio” que se abra em direção aos conflitos em curso, tanto na Ucrânia quanto no Oriente Médio. O objetivo, disse ele, é construir uma verdadeira paz permanente.
Na sua intervenção, Mattarella citou o presidente Franklin D. Roosevelt para ilustrar o conceito de paz que pretende: “Mais do que um fim da guerra, queremos o fim dos princípios de todas as guerras”. Para o chefe de Estado italiano, a paz deve representar a afirmação do direito sobre a força das armas, e constituir condição de liberdade e desenvolvimento.
O presidente dirigiu também uma saudação às altas autoridades institucionais presentes. Segundo Mattarella, o encontro tradicional de final de ano — que reúne quem ocupa papéis de relevo nas instituições e quem tem responsabilidades nos diversos setores da vida social — convida a olhar para o futuro, procurando os motivos que possam fundamentar uma esperança que não seja apenas uma expressão ritual. “A nossa esperança comum hoje tem o nome da paz“, declarou.
Mattarella sublinhou que é preciso trabalhar para uma “paz verdadeira e justa em todos os lugares”, que ponha fim à incerteza e ao desorientamento provocados pela atual situação internacional. O presidente reiterou a ideia de que cada pequeno avanço diplomático ou humanitário — por menor que pareça — deve ser cultivado, porque pode abrir caminhos para soluções mais duradouras.
Ao evocar a necessidade de consolidar diálogos e iniciativas que promovam cessar-fogos e medidas de confiança, Mattarella deixou claro que o compromisso italiano e europeu passa pela defesa do direito internacional, pelas ações humanitárias e pelo apoio às negociações que ofereçam saídas políticas aos conflitos. O princípio, reforçou, é que a paz não pode ser entendida apenas como a ausência de combates, mas como um estado que permita liberdade, justiça social e desenvolvimento sustentável.
A intervenção do presidente ocorreu em momento marcado por tensões renovadas em várias frentes internacionais: a guerra na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio continuam a polarizar a comunidade internacional e a gerar crises humanitárias que exigem respostas coordenadas.
Por fim, Mattarella pediu que sejam acolhidos e fortalecidos todos os sinais de esperança e de abertura ao diálogo, reforçando a ideia de que a construção da paz permanente exige perseverança, responsabilidade e cooperação entre Estados e sociedades. “Devemos cultivar e consolidar cada pequeno espiraglio”, concluiu, lembrando que esse trabalho é parte inseparável do dever das instituições e da comunidade política.































