Spherex, o telescópio espacial da NASA, concluiu e liberou a primeira grande mapa do universo obtida no espectro do infravermelho. Lançada em março de 2025 em conjunto com a missão solar PUNCH, a missão Spherex foi projetada para sondar os instantes iniciais do cosmos e fornecer pistas fundamentais sobre como surgiram as primeiras galáxias.
Segundo Shawn Domagal-Goldman, diretor da divisão de Astrofísica da NASA, “é impressionante a quantidade de informações que a Spherex reuniu em apenas seis meses; esses dados serão especialmente valiosos quando combinados com os resultados de outras missões para melhor compreendermos o nosso universo”.
O nome Spherex é a sigla de Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization, and Ices Explorer. A missão orbita a Terra em trajetórias que passam sobre os polos cerca de 15 vezes por dia, permitindo varreduras extensivas do céu em diferentes comprimentos de onda do infravermelho.
Após uma fase inicial de testes, aproximadamente um mês após o lançamento, a Spherex iniciou a coleta sistemática de dados. Em pouco tempo a missão completou mais de 100 varreduras integrais do céu, processo que possibilitou a elaboração do mapa divulgado agora publicamente. Trata-se de uma imagem de grande escala composta por 102 cores, cada uma representando um comprimento de onda distinto no infravermelho, o que facilita a identificação de propriedades físicas e químicas de fontes cósmicas muito antigas.
O novo mapa do universo em infravermelho é uma ferramenta importante para investigar a época da reionização, o período em que as primeiras estrelas e galáxias ionizaram o meio intergaláctico. Ao rastrear emissões em faixas infravermelhas específicas, a Spherex ajuda a reconstruir a história da formação estelar primitiva e a evolução das estruturas cósmicas nos primeiros bilhões de anos após o Big Bang.
Além de investigar a reionização e as primeiras galáxias, os dados de Spherex também oferecem informações sobre composição de gelo e poeira interestelar — componentes cruciais para entender ambientes onde nascem estrelas e planetas. A ampla cobertura do céu e a resolução espectral da missão permitem identificar populações de objetos até então pouco estudadas em infravermelho.
Pesquisadores esperam que a integração dos mapas de Spherex com observações de outros observatórios espaciais e terrestres multiplique o valor científico do levantamento, abrindo caminho para novas descobertas sobre a origem e a evolução do cosmos. A liberação pública do mapa permitirá que a comunidade científica mundial acesse e explore livremente estes dados pioneiros.































