Um satélite da constelação Starlink, operada pela SpaceX, ficou à deriva em órbita terrestre e liberou um pequeno conjunto de detritos que agora estão sendo monitorados em tempo real. O episódio — cuja causa ainda não foi esclarecida — ocorreu a aproximadamente 418 quilômetros de altitude e reacende o debate sobre o crescente afluxo de objetos na órbita baixa e os riscos associados.
Segundo comunicado publicado pela empresa no perfil oficial na plataforma X, o satélite está em grande parte intacto, porém em rotação descontrolada. A companhia afirmou que o equipamento apresentava perda de comunicações e vazamento de propelente, que resultou em uma rápida queda de cerca de 4 km de altitude e no desprendimento de um número limitado de fragmentos.
“O satélite está em gran parte intacto — informou a SpaceX —, está girando, fará reentrada na atmosfera terrestre e se desintegrará completamente nas próximas semanas. A atual trajetória levará o satélite abaixo da Estação Espacial Internacional e não representa risco para o laboratório orbital ou sua tripulação.”
As equipes de rastreamento espacial já identificaram e catalogaram os pequenos detritos liberados, que por enquanto não apresentam probabilidade significativa de colisão com a Estação Espacial Internacional (ISS) ou com outros ativos de alto valor. As agências e observatórios responsáveis pelo monitoramento de objetos em órbita seguem acompanhando os fragmentos e atualizando previsões orbital a cada nova observação.
O incidente envolve um dos mais de 9.000 satélites da constelação Starlink — número que ilustra a magnitude do aumento de objetos artificiais em órbita baixa. Especialistas em tráfego espacial ressaltam que, embora o caso atual não represente um perigo imediato para a ISS, episódios como esse aumentam as preocupações sobre a sustentabilidade das operações em órbita devido ao potencial efeito cascata de colisões e ao acúmulo de lixo orbital.
Além do acompanhamento dos detritos, a ocorrência deverá motivar investigações sobre o que provocou a perda de controle, se uma falha técnica no sistema de propulsão, um problema de alimentação elétrica ou outro tipo de anomalia. A SpaceX e centros de vigilância espacial internacionais deverão compartilhar dados para determinar a origem do vazamento de propelente e a sequência de eventos que culminaram na deriva do satélite.
Analistas destacam também que a atmosfera terrestre, mesmo em altitudes como 418 km, ainda exerce arrasto suficiente para forçar a reentrada gradual de objetos com baixa capacidade de manutenção de órbita. Por isso, a empresa prevê que o satélite se desintegre durante a passagem pela atmosfera nas próximas semanas, reduzindo a necessidade de manobras de mitigação adicionais.
O episódio volta a colocar em evidência a necessidade de normas mais rígidas para o lançamento e a operação de mega-constelações, medidas de remoção ativa de lixo espacial e aprimoramento das práticas de projeto para evitar vazamentos e falhas que possam gerar fragmentação. Enquanto isso, o rastreamento contínuo e a coordenação internacional permanecem ferramentas essenciais para minimizar riscos e garantir a segurança de missões tripuladas e não tripuladas em órbita baixa.
Fonte: ANSA — https://www.ansa.it/…/un-satellite-starlink-alla-deriva-nello-spazio-ha-prodotto-detriti

























