A Comissão AI para a informação, presidida por Padre Paolo Benanti, ouviu nesta quinta-feira os representantes da Google Itália sobre o impacto das novas funcionalidades de busca da empresa no ecossistema jornalístico. A audiência contou com a presença do subsecretário da Presidência do Conselho com delegação para informação e editoria, Alberto Barachini.
Os executivos italianos da gigante tecnológica, Diego Ciulli (Head of Government Affairs and Public Policy de Google Italy) e Mattia Tarelli (Government Affairs and Public Policy Manager), explicaram o funcionamento e os objetivos das ferramentas mais recentes, como as chamadas AI Overviews e AI Mode, e responderam a perguntas dos membros da Comissão e do subsecretário Barachini.
Durante o encontro foram debatidos os potenciais efeitos dessas funcionalidades sobre a cadeia de produção de notícias. Em particular, os representantes da Google Itália foram questionados sobre a recente sinalização da Fieg (Federação Italiana de Editores de Jornal) à autoridade reguladora Agcom, que apontou um risco de “substituição dos fornecedores de conteúdos jornalísticos numa escala sem precedentes” decorrente das AI Overviews.
Segundo relatos oficiais da audiência, Ciulli e Tarelli detalharam como as ferramentas de inteligência artificial procuram sintetizar informações e melhorar a experiência de busca para os utilizadores, ao mesmo tempo em que destacaram limitações e salvaguardas pensadas para o uso responsável. Em resposta às preocupações expressas pelos comissários, a representação da Google Itália manifestou disposição para colaborar com a Comissão, com o objetivo de apoiar o sistema editorial informativo e valorizar os conteúdos jornalísticos profissionais.
A reunião teve caráter técnico e político: os membros da Comissão examinaram tanto aspectos operativos das funcionalidades de IA como implicações regulatórias e econômicas para editoras e jornalistas. A interação entre plataforma e setor editorial volta a colocar na agenda a necessidade de mecanismos que protejam a pluralidade informativa e garantam remuneração justa por conteúdos produzidos por veículos profissionais.
Fontes presentes na sessão afirmam que a postura da Google Itália foi conciliadora, com a empresa reiterando a intenção de manter canais de diálogo abertos e de explorar formas de cooperação que preservem a sustentabilidade do jornalismo profissional na era das ferramentas de geração e resumo automatizado de informação.
O episódio insere-se num debate mais amplo em nível europeu e nacional sobre como regular as tecnologias de inteligência artificial aplicadas à informação, equilibrando inovação tecnológica, liberdade de imprensa e proteção ao trabalho jornalístico.































