Em entrevista por ligação do Hospital Pertini, em Roma, o ministro da Saúde, Orazio Schillaci, afirmou que os principais eixos da manobra orçamentária no setor sanitário concentram-se em três frentes: valorização do pessoal que atua na saúde pública, reforço da prevenção e atenção ampliada à saúde mental. A declaração foi dada durante participação no programa Uno Mattina, da RaiUno.
Schillaci destacou que a proposta orçamentária prevê um acréscimo de 6,5 bilhões de euros em relação ao ano anterior, um montante que o ministro definiu como relevante, mas que, segundo ele, não basta se os recursos não forem aplicados com uma visão estratégica clara. “Não é apenas uma questão di soldi, ma anche di come i fondi vengono utilizzati: serve una visione”, declarou, ressaltando a importância da gestão eficaz dos recursos.
Sobre a valorização do pessoal, o ministro explicou que a manobra inclui aumentos nas indenizações de especificidade para os profissionais que trabalham no sistema público de saúde, uma medida destinada a reconhecer e compensar as condições e responsabilidades particulares desses trabalhadores. Essa iniciativa visa também tornar as carreiras na saúde pública mais atraentes e reduzir a escassez de profissionais em áreas críticas.
No campo da prevenção, Schillaci lembrou dados recentes da OCDE que colocam a Itália no topo da Europa em expectativa de vida, um indicador de que o Sistema Nacional de Saúde funciona. No entanto, ele salientou que em um país com população envelhecida a prevenção é ainda mais crucial para reduzir a carga de doenças crônicas e os custos de cuidados a longo prazo. O ministro apontou para investimentos em programas preventivos, triagens e iniciativas de promoção da saúde comunitária.
Quanto à saúde mental, Schillaci afirmou que há um capítulo muito importante na manobra dedicado a esse tema, sem, entretanto, fornecer todos os detalhes operacionais na entrevista. A ênfase reflete uma tendência crescente nas políticas de saúde de reconhecer a saúde mental como componente essencial do bem-estar populacional e da capacidade do sistema de responder a demandas pós-pandemia e a crescentes necessidades sociais.
O ministro concluiu observando que a alocação adicional de recursos precisa ser acompanhada por projetos e gestão que garantam eficácia, equidade e impacto real na prestação dos serviços à população. “Ci sono fondi, ma serve programmazione e valutazione degli investimenti”, afirmou, reforçando a necessidade de planejamento de médio e longo prazo.
Em síntese, a proposta orçamentária para a saúde apresentada por Schillaci concentra-se em:
- Valorização do pessoal por meio de aumentos em indenizações e medidas de reconhecimento;
- Prevenção ampliada para lidar com envelhecimento populacional e doenças crônicas;
- Saúde mental com financiamento dedicado e atenção estrutural ao tema.
Esses pontos compõem a visão do ministro para consolidar e aprimorar o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde, priorizando tanto os profissionais quanto a promoção da saúde e o suporte às necessidades mentais da população.



























