Roteiro pelas Obras de Frank Gehry: Viagem Apaixonada pela Arquitetura-Escultura
Poucos dias após o falecimento do grande arquiteto canadense, naturalizado norte-americano, eu, como viajante curiosa e apaixonada por design, decidi revisitar as obras que transformaram cidades e arrancaram suspiros pelo mundo. Frank Gehry não apenas projetou edifícios: ele converteu a arquitetura em escultura, inventou paisagens urbanas e redesenhou o modo como caminhamos e olhamos para as cidades. Este é um roteiro que merece ser vivido — e que, garanto, vai mexer com qualquer amante de arte e viagem.
Por que viajar pelas obras de Gehry?
As criações de Gehry são reconhecíveis à primeira vista: superfícies curvas, chapas metálicas que capturam a luz, volumes que parecem estar em movimento. Viajar para conhecê-las é também entender como a arquitetura pode alterar o destino de uma cidade — como aconteceu em Bilbao — e como um edifício é capaz de contar uma história, atrair visitantes e transformar bairros inteiros. Em cada parada deste roteiro você encontrará espaços de visitação, museus, concertos e experiências que vão além da simples contemplação visual.
1. Guggenheim Bilbao — Bilbao, Espanha
Impossível começar por outro lugar: o Guggenheim Bilbao é a obra que consolidou Gehry como fenômeno mundial. Inaugurado em 1997, o museu ergue-se numa antiga área portuária e é revestido por lâminas de titanio, blocos de pedra calcária e vidro. Suas fachadas onduladas lembram escamas, velas e superfícies marítimas — um organismo arquitetônico em constante mutação conforme a luz do dia. Desde a abertura, o Guggenheim não só abriga importantes coleções de arte contemporânea como também é motor de turismo e regeneração urbana. Para o viajante, visitar o museu é combinar arte, arquitetura e passeios pelo moderno passeio ribeirinho de Bilbao.
2. Walt Disney Concert Hall — Los Angeles, EUA
Em Los Angeles, a assinatura de Gehry aparece com linhas metálicas que dançam sob o céu californiano. Inaugurado em 2003, o Walt Disney Concert Hall é um templo sonoro cujas superfícies curvas contribuem tanto para a estética quanto para a experiência acústica. É parada obrigatória para quem ama música e design — assistir a um concerto ali é vivenciar a arquitetura em diálogo direto com o som.
3. Fondation Louis Vuitton — Paris, França
Outra grande cena internacional assinada por Gehry é a Fondation Louis Vuitton, aberta em 2014. Com seus volumes que lembram velas translúcidas, o edifício se integra ao Bois de Boulogne e funciona como centro de exposições temporárias de alto impacto. É uma combinação perfeita de moda, arte e viagem cultural na capital francesa.
4. Experience Music Project / MoPOP — Seattle, EUA
Conhecido hoje como MoPOP (Museum of Pop Culture), o antigo Experience Music Project, projetado por Gehry, traz superfícies coloridas e formas fragmentadas que celebram a cultura pop e a música. Localizado em Seattle, este museu é ideal para quem busca uma experiência interativa, cheia de energia e com forte apelo visual.
5. Dancing House — Praga, República Tcheca
Coassinada por Gehry em parceria com o arquiteto Vlado Milunić, a Dancing House (Casa Dançante) é exemplo de como o arquiteto trabalhou com dinamismo e ludicidade. A fachada parece dois corpos dançando — uma escultura urbana colocada em meio às construções históricas de Praga. É um ponto perfeito para fotos e para sentir como a arquitetura contemporânea dialoga com o passado.
6. Outras paradas imperdíveis
- MIT Stata Center — Cambridge, Massachusetts: complexidade geométrica e espaços acadêmicos vibrantes.
- Hotel Marqués de Riscal — Elciego, Espanha: hotel-boutique que mistura vinho, turismo e estética escultural.
- Biomuseo — Cidade do Panamá: cores vibrantes e formas que contam a história da biodiversidade do istmo.
- New World Center — Miami Beach: espaço musical com intervenções urbanas e cinema ao ar livre.
Dicas de viagem e roteiro prático
Como viajante, recomendo planejar as visitas com tempo: muitos desses edifícios oferecem tours guiados que explicam processos criativos, materiais (como o uso do titânio no Guggenheim Bilbao) e a relação entre forma e função. Combine museus com passeios pelo entorno — Gehry frequentemente projetou pensando no contexto urbano, então a experiência completa exige caminhar pelas ruas ao redor. Reserve também um bom par de tênis: a arquitetura pede ser percorrida.
Visitar as obras de Frank Gehry é mais do que riscar destinos no mapa: é testemunhar como um arquiteto pode desafiar convenções e transformar cidades inteiras. Cada edifício é uma tela, uma escultura viva que convida à contemplação e ao passeio. Se você é apaixonado por arquitetura ou apenas curioso, este roteiro é uma jornada sensorial — e um tributo a um gigante que mudou para sempre o modo de ver o espaço construído.
Fonte: ANSA — Viaggio tra le opere di Frank Gehry (ANSA)




























