A Casa Branca manifestou publicamente preocupação com ações israelenses que, segundo autoridades americanas, teriam violado o cessar‑fogo e comprometido os esforços dos Estados Unidos para avançar na estabilidade do Oriente Médio. Contudo, o presidente Donald Trump rejeitou a ideia de que os ataques de Israel possam colocar em risco o trabalho diplomático norte‑americano na região e destacou, diante de jornalistas, que mantém “um relacionamento muito bom” com o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu.
Em uma declaração oficial, o Ministério das Relações Exteriores de Israel repudiou a decisão da Câmara de Recursos da Corte Penal Internacional (CPI), que determinou a continuidade das investigações sobre a condução da guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza e manteve os mandados de prisão contra o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu e o ex‑ministro da Defesa Yoav Gallant.
O comunicado do governo israelense publicado na rede X enfatizou que o Estado de Israel “repudia a decisão da Câmara de Recursos da CPI, adotada por estreita maioria, que nega a Israel o direito de receber um pré‑aviso, conforme previsto pelo princípio da complementaridade, especialmente tratandose de um Estado democrático com um sistema judiciário independente e sólido”.
Segundo o texto, a medida seria mais uma evidência da “politização em curso da CPI” e demonstraria uma falta de respeito pelos direitos soberanos de Estados não‑membros, além de desprezo pelos próprios deveres previstos no Estatuto de Roma. “Isto é o que significa política travestida de ‘direito internacional'”, acrescentou o ministério.
O caso, que tem repercussões diplomáticas e jurídicas internacionais, volta a colocar em confronto as instituições judiciais multilaterais e o posicionamento de governos que não reconhecem a jurisdição plena da Corte. Para Tel Aviv, a decisão ignora mecanismos de notificação e cooperação previstos para casos em que existe um sistema judiciário nacional ativo.
Prisões na Irã e denúncias de violência contra ativista premiada
Em outra frente de notícias regionais, apoiadores da ativista iraniana Narges Mohammadi — vencedora do Nobel da Paz — acusam a polícia da República Islâmica de tê‑la detido com uso de força excessiva. De acordo com a Fundação Narges, a detenção ocorreu na sexta‑feira anterior por agentes à paisana e, após dias sem notícias, a família recebeu uma breve ligação no domingo em que Mohammadi relatou agressões.
Os relatos falam em “golpes violentos e repetidos com cassetete na cabeça e no pescoço”, ferimentos que teriam obrigado a ativista a ser levada duas vezes ao pronto‑socorro. A Fundação afirma que ela soava debilitada e em más condições físicas durante a ligação.
Mohammadi foi detida em Mashhad, segundo veículos internacionais, enquanto participava de uma cerimônia fúnebre em memória do advogado Khosrow Alikordi, conhecido por defender detidos nas repressões que visaram silenciar protestos e dissidência no Irã. A detenção ocorreu em conjunto com a prisão de dezenas de outros ativistas.
Durante a telefonema, a prêmio Nobel teria dito também estar sendo acusada de “colaboração com o governo de Israel”, afirmação que as autoridades iranianas ainda não detalharam com imputações formais. Observadores e organizações de direitos humanos classificam a ação como de nítida motivação política, em meio a um contexto de controle duro sobre vozes dissidentes em Teerã.
As notícias sobre as posições dos EUA, a reação de Israel à CPI e a detenção de Mohammadi mostram tensões simultâneas em diferentes frentes do cenário internacional, com impactos políticos, legais e humanitários.
Fonte: Rainews — https://www.rainews.it/…aab7b531-ad6e-4760-a265-3b78fc962b59.html































