Prosseguem as negociações internacionais com o objetivo de assegurar um caminho de paz e segurança para a Ucrânia e para a Europa, e nos últimos dias houve avanços concretos nas discussões entre Kiev e Washington. Fontes citadas pela imprensa americana indicam que os Estados Unidos propuseram garantias de segurança extremamente robustas à Ucrânia, comparáveis às previstas pelo artigo 5.º da NATO — mas com um aviso implícito: a oferta é melhor agora e pode não ser igual no futuro.
Segundo reportagem do Politico, a proposta norte-americana oferece “garantias muito, muito sólidas” semelhantes às obrigações coletivas de defesa, porém condicionadas a um acordo célere. “Essas garantias não estarão na mesa para sempre. Estão disponíveis agora, desde que se alcance um acordo de forma positiva”, afirmou um alto funcionário dos EUA, conforme veiculado pela publicação.
Fontes citadas pela Axios acrescentam que Estados Unidos e Ucrânia planejam reunir-se provavelmente durante o fim de semana “em algum lugar dos EUA, talvez em Miami”, com grupos de trabalho e equipes militares que examinarão mapas e opções estratégicas. Apesar dos progressos nas garantias de segurança, a questão dos territórios — que teriam de ser cedidos ou definidos em qualquer eventual acordo — continua sem solução, mantendo um dos pontos mais sensíveis das negociações em aberto.
Representantes ucranianos e europeus teriam se mostrado surpreendidos com a disposição americana de oferecer salvaguardas de segurança tão amplas. No entanto, a indefinição sobre fronteiras e territórios ainda é o nó a ser desatado para viabilizar um acordo mais amplo.
O papel europeu nas garantias foi ressaltado também pelo ex-presidente Donald Trump, que participou das conversas em Berlim. Trump afirmou que a Europa terá “uma grande parte” na estrutura das garantias, com o objetivo de evitar que a guerra recomece. Sobre os territórios possivelmente perdidos por Kiev, Trump declarou: “A Ucrânia já perdeu territórios.”
Em declarações após o encontro, ele avaliou que “fizemos muitos progressos” no tema ucraniano, embora tenha reconhecido que o conflito se mostrou “mais difícil do que se imaginava”. Trump também comentou que acredita que o presidente russo Vladimir Putin deseja o fim da guerra e um retorno a uma vida mais normal.
O encontro em Berlim ocorreu na sede da Chancelaria Federal (Bundeskanzleramt) e reuniu, entre outros, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, autoridades da União Europeia e da NATO, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner. A reunião teve duração aproximada de duas horas e marcou mais uma etapa nas tentativas multilaterais de estabelecer um roteiro conjunto para a paz e a segurança na região.
Enquanto as conversações prosseguem, permanece o desafio de conciliar garantias de segurança substanciais para a Ucrânia com a definição final de fronteiras e territórios — elemento que pode determinar se um acordo será aceitável para todas as partes envolvidas.
Fonte: Il Giornale































