RESUMO
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O aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo brasileiro e já em vigor desde a última sexta-feira (23), está mexendo com o bolso de quem viaja ou pretende viajar ao exterior – e também com quem mora fora do país, mas ainda realiza transações financeiras em real.
O IOF, um tributo federal cobrado sobre operações financeiras como câmbio, crédito, seguros e investimentos, passa agora a ter alíquota única de 3,5% sobre operações de câmbio destinadas a pessoas físicas, independentemente do meio de pagamento escolhido. A mudança, que iguala a carga tributária entre diferentes tipos de cartões, também encerra uma brecha usada por consumidores que buscavam economizar no uso de cartões pré-pagos e multimoedas.
O que é o IOF e como ele funciona?
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é uma fonte de arrecadação da União, aplicada em operações com dinheiro que envolvem crédito, câmbio, seguros e valores mobiliários. No caso de viagens internacionais, ele incide diretamente nas operações de câmbio, impactando principalmente a compra de moeda estrangeira e o uso de cartões no exterior.
Como o aumento afeta diferentes tipos de cartão?
A nova regra padronizou a cobrança do IOF em 3,5% para todas as formas de pagamento em moeda estrangeira. No entanto, o momento em que o imposto é cobrado varia conforme o tipo de cartão utilizado:
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Cartão de crédito internacional: a alíquota de 3,5% é aplicada no momento em que a compra é feita. Como a cotação do dólar pode variar entre a data da compra e a do fechamento da fatura, o valor final pode ser mais alto (ou mais baixo) do que o esperado. Essa volatilidade preocupa quem deseja controlar gastos no exterior.
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Cartões pré-pagos, de débito internacional e multimoedas: nesses casos, o IOF também é de 3,5%, mas a cobrança é feita no momento em que o cartão é carregado. Isso garante mais previsibilidade, pois a cotação da moeda é travada naquele instante. Para o planejador financeiro Carlos Castro, “o cartão de débito tem essa vantagem de já travar o câmbio, ao contrário do cartão de crédito, em que a incerteza é maior”.
Até recentemente, era comum encontrar cartões multimoedas que aplicavam apenas 1,1% de IOF, o que os tornava mais vantajosos. Agora, com o decreto unificando a alíquota, essa opção perdeu parte de sua atratividade. Empresas como a Wise, uma das mais populares entre viajantes e expatriados, já aplicam a nova taxa.
O que compensa mais: dinheiro, crédito ou pré-pago?
A escolha depende do perfil do consumidor e da cotação oferecida pelas corretoras. Apesar da padronização do IOF em 3,5%, os custos adicionais como spread bancário, taxas de carregamento e câmbio aplicado variam bastante entre instituições.
Por exemplo:
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Uma compra de 1.000 dólares com cartão de crédito pode custar mais se o dólar subir até o fechamento da fatura.
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Carregar um cartão pré-pago com 1.000 dólares permite “travar” a cotação do dia, mas exige planejamento prévio.
E quem mora no exterior, mas ainda depende do real?
Brasileiros residentes no exterior que mantêm contas no Brasil ou fazem transferências em real também serão impactados. Isso inclui quem:
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Envia ou recebe remessas do Brasil;
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Converte salários ou aposentadorias de real para outra moeda;
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Carrega cartões multimoedas com saldo em real.
A alíquota de 3,5% incide sobre cada operação de câmbio, ou seja, cada transferência ou conversão de moeda. Para esses casos, vale comparar os custos entre diferentes plataformas (como bancos tradicionais, corretoras e fintechs) antes de realizar a operação.
Como se planejar melhor
Aqui vão 5 dicas práticas para o seu dia a dia:
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Evite operações frequentes: agrupe transferências ou cargas em uma só operação maior para evitar pagar IOF repetidas vezes.
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Acompanhe o câmbio diariamente: usar alertas de cotação em apps como Wise ou Remessa Online pode ajudar a aproveitar momentos de câmbio mais favorável.
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Use cartões multimoedas com inteligência: carregue apenas quando o câmbio estiver bom. Se possível, evite usar cartão de crédito brasileiro no exterior, a não ser em emergência.
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Mantenha uma reserva em moeda local: evite depender de última hora do real. Uma reserva de 1 ou 2 meses de despesas em moeda local te dá mais liberdade para esperar a melhor cotação.
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Compare plataformas antes de qualquer operação: os custos variam. Um mesmo valor pode sair até 5% mais barato dependendo do dia, da fintech e do tipo de operação.
Mesmo para quem já se habituou a ferramentas como Wise, Remessa Online ou Revolut, a mudança exige mais atenção. O impacto pode ser sutil em operações pequenas, mas, em transferências frequentes ou de maior valor, o novo IOF pode representar uma despesa significativa ao longo do tempo.
Conclusão
Para quem vive no exterior e ainda depende do real, o aumento do IOF é um alerta: é hora de revisar estratégias financeiras e otimizar operações cambiais. Com planejamento e uso consciente de ferramentas, ainda é possível economizar e evitar surpresas desagradáveis.