RESUMO
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A relação comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia voltou a entrar em rota de colisão. O estopim foi uma nova declaração do presidente Donald Trump, que, por meio de sua rede social Truth, anunciou a intenção de impor tarifas de até 50% sobre produtos europeus a partir de 1º de junho. Segundo ele, a UE teria se beneficiado dos EUA “por décadas”, prejudicando a balança comercial americana.
A fala do presidente teve impacto imediato: bolsas de valores na Europa, como Milão, Frankfurt e Paris, registraram quedas expressivas. A incerteza dominou os mercados diante do risco de uma escalada nas tensões econômicas entre dois dos maiores blocos comerciais do mundo.
Trump endurece o tom contra a UE
Não é a primeira vez que Donald Trump adota um tom agressivo em relação à Europa em temas comerciais. No post publicado, ele afirmou que “é muito difícil lidar com a UE, que foi formada com o objetivo de tirar vantagem dos Estados Unidos no comércio”. A acusação reflete um pensamento já recorrente do ex-presidente — e atual líder republicano — de que os acordos comerciais internacionais penalizam a indústria americana.
Trump também declarou que as negociações com Bruxelas não estão avançando: “Nossas discussões com a UE não estão levando a lugar nenhum”.
Apple entra na linha de fogo
Além da União Europeia, a Apple também foi alvo das críticas. O presidente norte-americano disse ter avisado Tim Cook, CEO da gigante de tecnologia, de que espera que os iPhones vendidos nos EUA sejam fabricados em território americano. Caso contrário, a Apple poderá ser obrigada a pagar uma tarifa de pelo menos 25%.
Essa ameaça representa um endurecimento da política de incentivo à produção doméstica, uma das marcas da agenda econômica de Trump, baseada no slogan “America First” (América em primeiro lugar).
Resposta italiana: “Não às guerras comerciais”
A escalada de tensões levou o ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, a se pronunciar em nome da Europa. Em uma tentativa de amenizar o clima e evitar uma guerra tarifária, Tajani declarou: “Não às guerras comerciais. Queremos um acordo com os EUA.”
A posição italiana evidencia a preocupação de que uma retaliação mútua possa prejudicar gravemente as economias europeias, especialmente num momento de recuperação lenta e sensível após crises recentes, como a pandemia e a guerra na Ucrânia.
Reação interna e obstáculos para Trump
Apesar da ofensiva no campo externo, Trump também enfrenta desafios dentro de casa. Um juiz federal suspendeu recentemente uma ordem executiva de sua administração que previa a expulsão de estudantes estrangeiros em determinadas condições, medida duramente criticada por universidades e setores da economia americana que dependem da contribuição de estrangeiros qualificados.
Cenário tenso e incerto
As declarações de Trump reacendem o debate sobre protecionismo, comércio internacional e o futuro das relações transatlânticas. Enquanto países europeus tentam preservar canais de diálogo, os mercados reagem com cautela e os analistas já preveem possíveis impactos no crescimento e no emprego.
A pouco menos de um mês para a data anunciada para as novas tarifas, o risco de um novo capítulo de guerra comercial entre aliados históricos parece mais real do que nunca.
Fonte:
Sardegna Live – “Tensione USA-UE, Trump: ‘Dazi dal primo giugno’. Tajani: ‘No a guerre commerciali'”. Publicado em 23 de maio de 2025. Acesso em: https://www.sardegnalive.net/nel-mondo/tensione-usa-ue-trump-dazi-dal-primo-giugno-tajani-no-a-guerre-commerciali-llq54byg
Euronews – “Trump suggests 50% tariff on EU goods starting in June”. Publicado em 23 de maio de 2025. Acesso em: https://www.euronews.com/business/2025/05/23/trump-suggests-50-tariff-on-eu-goods-starting-in-june