Com a fumaça ainda escura saindo da chaminé da Capela Sistina, os bastidores do conclave ganham força nas conversas extraoficiais. Embora os resultados do primeiro escrutínio permaneçam sob sigilo absoluto, especulações sobre os favoritos à sucessão papal se intensificam entre vaticanistas e observadores.
O cardeal italiano Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, permanece na chamada pole position, graças à sua longa experiência diplomática e ao apoio de diversos setores da cúria. No entanto, o norte-americano Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, tem ganhado destaque nos últimos dias, especialmente entre os cardeais de perfil mais pastoral.
A movimentação em torno de Prevost indica uma possível busca por uma figura de transição entre as alas conservadora e reformista. O cenário, no entanto, ainda é volátil — tudo pode mudar conforme os votos se redistribuírem nas rodadas seguintes.
Entre os asiáticos, cresce a atenção em torno do cardeal filipino Luis Antonio Tagle, mas também há expectativa sobre o desempenho de David, referência provável ao cardeal malásio Anthony Soter Fernandez, ou mesmo ao arcebispo de origem indiana David Chelliah, embora este último não seja eleitor.
Como sempre, o segredo do conclave impede qualquer confirmação. Mas o que se percebe é uma divisão equilibrada entre continentes, com o potencial de uma surpresa vinda de fora da Europa. Até que a fumaça branca apareça, tudo é possível.