“O Espírito Santo está sobre nós”, dizem os cardeais reunidos em Roma para definir o novo Papa. A expectativa é de uma escolha rápida, mas ancorada na tradição e nos desafios atuais da Igreja.
Roma — Os cardeais reunidos no Vaticano para o Conclave que escolherá o sucessor de Papa Francisco expressaram confiança em uma eleição que poderá durar apenas dois ou três dias, segundo declarações feitas à imprensa nesta terça-feira. Comungando de um mesmo espírito de renovação e continuidade, os purpurados reforçam a necessidade de seguir a linha do Concílio Vaticano II e os ensinamentos do Evangelho.
“Tenho grande esperança na novidade de Deus e na continuidade da Igreja”, afirmou o Cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno, arcebispo de Huancayo, no Peru. “No mundo, continua a evangelização e o testemunho que o Papa Francisco deu. Devemos seguir a linha do Evangelho, a linha do Concílio Vaticano II e do Sínodo.”
A estimativa de duração do Conclave é compartilhada por vários cardeais. “A eleição levará dois ou três dias. Confio que o Espírito Santo esteja sobre nós”, acrescentou Barreto. Já o Cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, comentou com leveza: “Conclave terminado até quinta-feira? Quem sabe. O Espírito Santo às vezes prega peças.”
O clima dentro da Capela Sistina, de acordo com os relatos dos cardeais, é de diálogo sincero e profundo discernimento. “Sim, já temos ideias sobre o próximo Papa, mas também sobre os desafios da Igreja no mundo de hoje”, declarou o cardeal colombiano Ruben Salazar.
Entre os desafios citados estão a secularização acelerada em várias partes do mundo, a necessidade de uma reforma contínua na gestão da Igreja, o aprofundamento do papel das mulheres e dos leigos, e o compromisso com a justiça social, a ecologia integral e a paz global.
Para o cardeal ganês Peter Turkson, o momento é de fé e silêncio interior. “Agora é o momento de oração. Peçamos ao Espírito Santo que guie os cardeais rumo a esta nova eleição. Está indo muito bem. Compartilhemos e rezemos.”
Enquanto o mundo aguarda o resultado, cresce também a expectativa por um pontífice que mantenha o legado de Francisco, especialmente seu foco em uma Igreja sinodal, próxima dos pobres e aberta ao diálogo inter-religioso. Os próximos dias serão decisivos — tanto para os cardeais, quanto para os mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo.