A União Europeia deu um passo importante na reformulação de suas políticas migratórias ao propor a criação de uma lista comum de países de origem considerados seguros, além da antecipação de medidas do novo Pacto sobre Migração e Asilo, cuja entrada em vigor está prevista para 2026. A proposta visa acelerar os procedimentos de análise e eventual repatriação de migrantes oriundos desses países, restringindo o acesso ao asilo político na Europa.
Segundo a Comissão Europeia, o objetivo é tornar mais eficiente e célere o processamento de pedidos de asilo que, em muitos casos, são considerados infundados. Migrantes provenientes de países incluídos na nova lista – que deverá abranger, entre outros, Bangladesh, Egito e Tunísia – terão maiores dificuldades para obter aprovação em seus pedidos, com retorno facilitado ao país de origem.
Uma Virada na Política Migratória da UE
Atualmente, cada Estado-Membro da UE possui autonomia para estabelecer sua própria lista de países considerados seguros. A nova diretriz, no entanto, busca unificar os critérios em nível europeu, promovendo maior consistência na aplicação das normas. A medida permitirá que os países da União apliquem procedimentos acelerados de fronteira com base nessa classificação, inclusive com exceções específicas para determinadas regiões ou categorias vulneráveis.
A proposta ainda precisa ser validada pelos co-legisladores europeus, mas já representa uma mudança de paradigma. De acordo com a Comissão, o novo regulamento substituirá a diretiva anterior, impondo regras de aplicação direta em todos os Estados-Membros.
Repercussão Política: Meloni Comemora
A Presidente do Conselho da Itália, Giorgia Meloni, elogiou a decisão da Comissão Europeia. Em declaração oficial, afirmou que a iniciativa “confirma a validade da linha política adotada pelo governo italiano”. Meloni ressaltou a importância da possibilidade de aplicar procedimentos acelerados de fronteira, como os previstos no Protocolo Itália-Albânia, e celebrou a adesão de outros países da UE a essa abordagem.
“Os fatos comprovam que estávamos certos e que estamos no caminho certo”, disse Meloni, apontando que a Itália teve um papel decisivo na transformação da política migratória europeia. Para a líder italiana, a defesa das fronteiras externas e o fortalecimento das políticas de repatriação agora ocupam o centro das prioridades da União.
Com a proposta apresentada, caberá agora ao Parlamento Europeu e ao Conselho da União Europeia deliberar sobre a aprovação da lista comum de países seguros. Caso entre em vigor, o novo regulamento deverá permitir a rejeição mais célere de pedidos de asilo frágeis, consolidando uma postura mais rígida da Europa diante da migração irregular.
Além disso, a Comissão quer acelerar desde já algumas medidas do Pacto, sem esperar até 2026. Isso inclui a antecipação da análise dos pedidos de asilo considerados improcedentes, visando descongestionar o sistema e focar em situações mais urgentes e fundamentadas.