RESUMO
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A volta de Donald Trump ao cenário internacional reacendeu as tensões comerciais. O recém-eleito presidente dos Estados Unidos anunciou, em seu estilo característico, a intenção de implementar tarifas sobre importações da China, México e Canadá, além de ameaçar uma possível taxação de produtos vindos da União Europeia. Embora ainda vagas em detalhes para o bloco europeu, essas medidas acendem alertas, sobretudo para setores-chave da economia italiana.
Guerra tarifária: um déjà vu do mandato anterior
Durante seu primeiro mandato, Trump já havia utilizado tarifas como arma política e econômica, impondo sobretaxas a produtos como aço e alumínio da União Europeia. Essas medidas, posteriormente revertidas pela administração Biden, foram amplamente criticadas tanto nos EUA quanto na Europa.
Agora, o presidente ameaça voltar à estratégia, começando com a imposição de tarifas de 10% sobre produtos chineses a partir de fevereiro de 2025, além de um aumento significativo — de até 25% — sobre as importações do México e do Canadá, sob justificativas que vão desde imigração irregular até questões de segurança.
A ameaça à União Europeia e o impacto na Itália
A União Europeia também foi citada como alvo potencial de novas tarifas, sob o argumento de “reequilibrar relações comerciais”. Apesar de não haver detalhes específicos, o histórico de Trump com a Europa e o discurso de priorizar a economia americana criam um cenário de incerteza.
Para a Itália, os Estados Unidos representam o segundo maior mercado de exportação, com vendas que somaram €67 bilhões em 2023, cerca de 11% do total das exportações italianas. Os setores mais vulneráveis incluem:
- Mecânico e automotivo
- Alimentício, com destaque para queijos como Grana Padano e Parmigiano Reggiano
- Farmacêutico
- Moda e luxo
- Madeira e móveis
As regiões mais expostas, como Lombardia, Emília-Romanha, Toscana, Piemonte e Vêneto, abrigam empresas que dependem fortemente do mercado americano. Estima-se que uma tarifa de 10% a 20% possa resultar em uma queda de até €11 bilhões nas exportações italianas, segundo dados da Confartigianato.
Reações da Europa e o papel da Itália
Líderes europeus, como Ursula von der Leyen e Emmanuel Macron, já destacaram a necessidade de uma resposta unificada da União Europeia. Em entrevistas recentes, von der Leyen enfatizou que romper laços econômicos globais “não interessa a ninguém”.
Na Itália, empresários aguardam por ações concretas do governo de Giorgia Meloni, que busca capitalizar as boas relações que vem construindo com a administração Trump. Stefano Berni, diretor do Consórcio Grana Padano, alerta: “As tarifas de 2019 já nos custaram caro; qualquer repetição será desastrosa.” Por outro lado, isso também pode estimular a União Europeia a se unir e reforçar seus laços comerciais internos e com outros mercados, como forma de resposta. Então, o impacto exato dependerá de como a situação evoluir e das estratégias de mitigação adotadas pelos países afetados.
Dividir para conquistar: a estratégia dos EUA com a UE
Analistas apontam que Trump pode estar adotando uma estratégia de fragmentar a União Europeia, tratando diretamente com países individuais para enfraquecer a posição de negociação coletiva do bloco.
Enquanto a tensão cresce, empresas italianas estão em compasso de espera, cientes de que os próximos meses podem redefinir não apenas o comércio transatlântico, mas também a resiliência de um dos pilares da economia italiana.