RESUMO
Sem tempo? A Lili IA resume para você
Com a chegada do outono, o tradicional ajuste para o horário de inverno está novamente em pauta. No domingo, 27 de outubro de 2024, os relógios serão atrasados em uma hora às 3h da madrugada, marcando o retorno à hora solar, que perdurará até o início da primavera. A partir da noite de 29 para 30 de março de 2025, voltaremos ao horário de verão, como já ocorre há décadas. Embora seja um costume amplamente conhecido, essa prática esconde debates sobre saúde, economia e até a possibilidade de estar com os dias contados.
O Horário de Verão: De uma Ideia do Século XVIII à Crise Energética na Itália
A proposta de ajustar o horário para aproveitar melhor a luz do dia é mais antiga do que muitos imaginam. No século XVIII, o famoso inventor Benjamin Franklin sugeriu, em tom de ironia, que as pessoas acordassem com a luz do dia para economizar velas. A ideia de Franklin, publicada no Journal de Paris em 1784, só foi levada a sério mais de um século depois, quando o inglês William Willett propôs um sistema para maximizar a luz solar. Contudo, foi a necessidade de economizar carvão durante a Primeira Guerra Mundial que fez a Alemanha e outros países europeus adotarem o horário de verão.
Na Itália, o horário de verão foi introduzido permanentemente durante a crise energética da década de 1960. Desde então, o ajuste tem contribuído para a economia de energia. Dados da Terna, empresa que administra a rede elétrica italiana, apontam que entre março e outubro de 2024 a economia gerada foi de aproximadamente 340 milhões de kWh, o equivalente ao consumo anual de 130 mil lares italianos. Esse resultado, além de proporcionar alívio para os cofres públicos, tem efeito positivo para o meio ambiente, pois evitou a emissão de cerca de 160 mil toneladas de CO₂.
Hora Solar x Horário de Verão: Debate Atual na União Europeia
Em 2019, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução permitindo que cada país-membro pudesse decidir adotar o horário de verão ou o padrão de forma permanente. Desde então, o debate entre especialistas italianos e europeus tem se intensificado. Muitos defendem os benefícios do horário de verão, citando a redução no consumo de energia, enquanto outros apontam riscos à saúde, já que estudos indicam que a alteração pode impactar o ritmo circadiano, aumentando o estresse e causando distúrbios do sono.
Para mitigar os efeitos negativos da mudança de horário, especialistas sugerem algumas adaptações práticas. Ajustar gradualmente o horário de sono nos dias que antecedem a mudança e expor-se à luz natural logo pela manhã podem auxiliar na adaptação do relógio biológico e na diminuição da fadiga, como aponta um estudo da Universidade de Bolonha.
O Futuro do Horário de Verão: Um Caminho para Sustentabilidade?
A possibilidade de adotar o horário de verão de forma permanente é uma ideia que ganha espaço na Itália, principalmente devido aos dados positivos da economia de energia. Os porta-vozes da Terna destacam que essa medida poderia gerar ainda mais benefícios econômicos e ambientais ao longo do ano. No entanto, críticos argumentam que essa mudança pode gerar desconfortos à saúde, afetando o ritmo biológico das pessoas, e trazendo problemas como insônia e aumento dos níveis de estresse.
O Retorno ao Horário Solar: Até Quando?
Neste ano, a Itália seguirá a tradição, voltando ao horário solar no domingo, 27 de outubro, o que nos oferece uma hora extra de sono e mais luz natural nas manhãs de outono. No entanto, o futuro dessa prática é incerto: em breve, a União Europeia deverá reavaliar a regulamentação, ponderando entre os benefícios econômicos e o bem-estar psicofísico dos cidadãos. Se o debate pender para a permanência do horário de verão, poderemos estar prestes a ver o fim de uma tradição que há décadas influencia nossos dias e noites.